ColdplayFrance entrevista Davide Rossi

04 setembro, 2011

Depois do Coldplayzone.it [tradução], é a vez do ColdplayFrance entrevistar Davide Rossi:

Davide Rossi, violinista e colaborador do Coldplay no Viva La Vida Or Death And All His Friends e também em Mylo Xyloto é entrevistado pelo ColdplayFrance: 

Antes de mais nada, olá, Davide, e obrigado por concordar em ceder essa entrevista.
Olá, Lofti, estou feliz em conhecê-los e obrigado pelo interesse.

Em primeiro lugar, você gostaria de fazer uma pequena auto-introdução para aqueles que ainda não conhecem Davide Rossi?
Bom, basicamente, eu sou violinista e compositor, trabalhando com o arranjo de instrumentos de corda. Eu costumo tocar violino elétrico [nome comercial: Violectra] ao vivo, principalmente com o Goldfrapp, desde 2000, uma dupla britânica que faz música eletrônica. Como compositor, já trabalhei com diversos artistas, tais como Alicia Keys, Röyksopp, Recoil (o projeto solo do Alan Wilder [ex-integrante do Depeche Mode]), Moby, The Verve e, é claro, o Coldplay, com o qual colaboro desde 2006.

Comente agora quando e como conheceu a banda e como foi o momento do primeiro contato.
Eu conheci os rapazes em 2005. Eu estava tocando com o Goldfrapp, que abriu shows da banda na turnê européia do X&Y. Lembro que ficávamos curtindo antes e depois dos shows. Eles são pessoas tão legais que seria impossível não fazê-lo. Eu acabei jogando intermináveis partidas de ping-pong com o Chris antes de cada arena.

Qual foi sua primeira impressão quando conheceu os integrantes da banda?
Acho que já respondi isso na pergunta anterior…

O que o Coldplay tem de peculiar em comparação com os outros artistas com que já trabalhou?
Penso que o trabalho deles é algo verdadeiramente especial. Eles estão inteiramente devotados à sua causa, que é fazer a melhor música possível enquanto puderem […]. Posso dizer que a maior parte dos artistas com que trabalhei eram extremamente exigentes com seu trabalho, mas a rotina do Coldplay, a realização de seus álbuns e a agenda de suas turnês são impressionantes.

Entre os integrantes da banda, de quem você é mais próximo?
Com todos eles, é claro! Para ser honesto, amo a cada um deles sinceramente. Quando vou trabalhar ou viajar com eles, é como estar em casa. Somos amigos e nos divertimos mesmo depois do trabalho, então, não há diferença. 

O que você sentiu na primeira vez que ouviu uma composição do Coldplay?
Na verdade, eu me lembro desse momento… Ainda que não tenha sido um grande fã de Coldplay antes de conhecê-los, lembro de escutar Trouble pela primeira vez durante o outono de 2000 enquanto dirigia pelas ruas de Bath [cidade inglesa] para ensaiar com o Goldfrapp. Senti que era uma música especial, edificante e triste ao mesmo tempo.

No Viva La Vida Or Death And All His Friends, entre as faixas em que você participa, qual é a sua preferida?
Não tenho uma música preferida. Penso que cada uma é muito diferente das outras e, em cada uma, há elementos particulares que me faz amá-las de um modo particular.

Nas faixas em que tanto você como o Jon Hopkins estão colaborando, quem influenciou quem?
Eu o Jon colaboramos com o Coldplay cada qual de uma maneira específica, apesar de ter havido vezes em que trabalhamos conjuntamente. A introdução de Violet Hill, por exemplo, é basicamente eu e o Jon brincando no estúdio. O Chris percebeu, apertou o botão para gravar: foi assim que a introdução de Violet Hill!

Trabalhar com Brian Eno, Markus Dravs e Rik Simpson não deve ser algo óbvio. Fale um pouco do ambiente do estúdio quando esses três monstros da música estão presentes.
Não penso que trabalhar com esses três seja difícil. Há uma aura de colaboração e trabalho em equipe no estúdio do Coldplay que todo o mundo respeita. Estamos todos a serviço da banda e não dos produtores […].

O que você acha dos produtores do Coldplay, Eno, Dravs e Simpson? Para você, quem é mais influente na banda e no desenvolvimento das coisas no estúdio e, mais especificamente, na gravação do próximo álbum, Mylo Xyloto?
Acho que cada um tem seu próprio papel. O Brian é mais um conselheiro musical e uma fonte inesgotável de inspiração. O Markus segue mais a linha de um produtor propriamente dito; ele desenha uma agenda e faz com que tudo funcione. O Rik está sempre lá, trabalhando horas a fio e tem mais proximidade com a banda. Mas, dessa vez, o Dan Green (o primeiro dos engenheiros de som da banda desde os seus primórdios) também está ajudando na produção, então a equipe está crescendo cada vez mais. Eu gostaria de dizer que, apesar de haver papéis estabelecidos, cada um tem sua própria importância no projeto. Eu mesmo, mas também Jon, Dan, Rik, Brian e Markus, todos nos sentimos como parte de um grande grupo e essa é a força de um trabalho desse tipo.

Falando de Every teardrop is a waterfall, o último single do Coldplay: como foi a gravação, quando a banda de chamou e qual foi o seu papel concretamente?
Trabalhei nesse álbum desde dezembro de 2009 até algumas semanas atrás, com pausas, é lógico. Eu escutei [ETIAW] pela primeira vez quando Chris a cantou um mês antes do lançamento, eu acho. Depois disso, ele logo me pediu para compor um arranjo. Geralmente, eu preencho os espaços e eles decidem o que vão usar ou não. Em ETIAW, a presença dos meus arranjos é mais sutil ao longo da música e se faz sentir mais intensamente em algumas notas mais para o final.

Mylo Xyloto, o próximo álbum do Coldplay, as coisas parecem ter sido feitas em uma agenda apertada, com mudanças feitas de último minuto e retoques de última hora, igualmente. Diga como você, a banda e toda a equipe administrou isso. Deve ter sido assustador, não é?
Quando se está trabalhando com o Coldplay, é necessário sempre estar preparado para mudanças, principalmente mudanças no último minuto, quando tudo parece estar acontecendo ao mesmo tempo. As melhores músicas costumam surgir nesse momento. Eu não tenho medo desse tipo de situação. Adoro a pressão e acho que ela é estimulante.

Durante o processo criativo, em que momentos você intervém?
Desde o início, quando eles ainda estavam trabalhando com demos, até o final, quando são adicionados os toques finais.

O que você acha do próximo álbum do Coldplay? O Will disse que ele vai ser ‘vibrante’. E quanto a você?
Acho que vai ser incrível, é claro. Mal posso esperar por escutá-lo em CD!

Como você descreveria o estilo do próximo álbum?
Acho que eles fizeram bastantes experiências e tentaram evoluir. Ainda assim, a sonoridade vai ser característica do Coldplay, como sempre.

Pelas músicas que já ouvimos, parece que o Coldplay está adotando uma abordagem mais emotiva, como podemos notar em Hurts Like Heaven, Princess of China e na esplêndida Moving Us to Mars. O que você tem a dizer a respeito?
Para mim, tudo o que Chris e os rapazes escrevem é emotivo, de modo que eles conquistam as pessoas diretamente pelo coração. Suas canções são diretas e honestas.

Qual é a sua música preferida do próximo álbum?
Para ser sincero, eu não sei.

A esperança é a última que morre: quantas faixas há em Mylo Xyloto?
Sinceramente, eu não sei.

Podemos esperar algum toque especial de Davide Rossi em Paradise, o próximo álbum do Coldplay?
Podem, com certeza.

De quantas faixas você participa?
Não me lembro bem. Talvez sete ou oito, mas pode ser que eu esteja enganado.

Outras colaborações com o Coldplay depois de Mylo Xyloto?
Espero verdadeiramente que mais ocorram, mas eu nunca tomo nada por certo…

Phil Harvey é considerado como o quinto integrante do Coldplay e você é descrito como o ‘integrante secreto’. O que você tem a dizer sobre isso?
Bom, acho que você tem razão quanto ao Phil, mas não estou certo quanto ao ‘integrante secreto’. O mais provável é que eu estou feliz pela simples oportunidade de trabalhar com eles; eles não são apenas grandes músicos, mas também pessoas fantásticas.

Fale-nos sobre a sua colaboração com The Verve, Siouxie, Röyksopp…
Trabalhei no último álbum do The Verve, Forth, no qual fiz seis arranjos de corda. Também toquei ao vivo no Glastonbury e em outros shows pela Europa. Foi uma experiência fantástica e é uma pena que ela tenha acabado tão cedo. Fiz dois arranjos para o álbum-solo da Siouxie, MantaRey e trabalhei em dois álbuns com o Röyksopp, Junior e Senior.

Que atributo tem um artista quando ele te faz pensar ‘Queria trabalhar com ele…’?
Gosto quando há um impulso, personalidade e vontade de fazer, a todo preço, a melhor música possível, algo permanente. Acho que tive sorte de trabalhar com artistas como Coldplay, Goldfrapp e diversos outros artistas.

Finalmente, obrigado, Davide, por ter nos cedido um pouco de seu tempo. Foi um prazer ter podido fazer algumas perguntas a você. Espero poder entrevistá-lo novamente quando o álbum for lançado para falar das músicas novas e tudo que envolve sua colaboração com o Coldplay. Em nome de toda a equipe do ColdplayFrance, agradeço a você.
Obrigado, Lofti. Foi um prazer responder as suas perguntas.

É meio que uma tradição no ColdplayFrance que os entrevistados dizem algumas palavras em francês para os fãs locais.
mais bien sûr … Je suis heureux de vous avoir rencontré et je vous souhaite tout le meilleur jusqu’à ce que la prochaine fois! [Certamente… Estou contente de conversar com vocês e desejo tudo de melhor vocês. Até a próxima!]

 Aproveite e leia aqui a tradução de uma entrevista que o mesmo ColdplayFrance fez com Nikki Rosetti.

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