[Let’sTalk #05] Guia Prático para o Fã.

25 outubro, 2010

Depois de algum tempo sem outra edição do Lets Talk, voltamos agora com  um tema bastante interessante. Para você o que é ser um fã? Como você expressa sua admiração pelo seu artista favorito? Falaremos da evolução e comparação entre os fãs de antigamente com os fãs de hoje. Além de um Guia que mostra algumas regras presentes na vida de um fã (será que você já praticou alguma dessas?).  Clique no leia mais para ler o texto. Caso queira ler a edição anterior do LetsTalk  clique no link abaixo:

[Let’sTalk #04] Now my feet won’t touch the ground.

Um fã é sempre um sofredor. O fã espera, uma espera interminável. Ele espera pela próxima musica, pelo próximo álbum, pelo videoclipe novo, pelo próximo show, por aquela foto do paparazzo, por um sinal de fumaça qualquer. Eu, como fã do Coldplay – e do Chris, claro! –  espero até pela mensagem de Natal deles. “Just be patient and don’t worry”.

Autógrafos e mais autógrafos!

Esperar ansiosamente, e por um tempo indeterminado, faz parte do perfil do fã.”Permanent estate”. Os fã-clubes de antigamente, aguardavam pela notinha que poderia sair numa revista. Os membros se falavam por telefone ou por cartas, e marcavam encontros na sede do clube. Era um universo bem peculiar, eu acho. Hoje, os fã-clubes são fansites! Tudo é mais rápido e tem um alcance muito maior. Pela internet,  os fãs se reúnem em redes de relacionamento, trocam e-mails, fazem downloads das músicas  e as notícias sobre o ídolo correm o mundo numa velocidade impressionante. “Speed of Sound”.

Pensando bem, tanta acessibilidade  e rapidez não apaga o fato de que o fã continua esperando. O que difere o fã de ontem do fã de hoje é o fator “Amor  Profundo e Incondicional”. Às vezes, penso que os fãs atuais são mais volúveis e superficiais, não tem aquele fervor de tempos anteriores.  O motivo, eu não sei dizer. Talvez, a internet tenha aberto um leque tão grande de ídolos a serem seguidos – seja nos blogs, sites,  Orkut,  Facebook, Twiter, etc – que esta se torna uma relação mais promíscua,  por assim dizer. (Quantos amores cabem num coração?) Antigamente –  e por ‘antigamente’ entenda-se 10 ou 15  anos atrás – uma pessoa era, literalmente, fã de carteirinha. E levava sua insígnia aonde quer que fosse, com orgulho, amor e devoção! Era um mundinho bem restrito, sim. Mas, muito mais poético, romântico… não acham?!

Run Chris! Run!

E daí que, apontando minhas boas intenções a favor do Coldplay, e sempre inspirada pelo meu ídolo, Chris Martin – que adora fazer listas – resolvi investigar o que seria  a cartilha daquele tipo de fã que precisava pegar um ônibus e viajar durante horas se quisesse se encontrar com a turma  na sede do clube. Em 10 passos simples, com esse guia prático você também pode se tornar um de nós. Não importa em que categoria de fã você se encaixe, apenas tente (mas, ser retrô está na moda, hein!).

1) Seja um fã ativo. Não espere, simplesmente; trabalhe por seu ídolo. E aguarde, pois ele vai recompensá-lo com músicas emocionantes, atitudes  incríveis, videoclipes impressionantes e shows inesquecíveis! (fãs adoram os adjetivos…).

Fãs tem que "secar gelo", uma das etapas da prova que botaria um fã na mesma sala que Chris Martin antes do show da banda em SP.Clique na imagem para assistir a prova que foi ao ar no Programa Caldeirão do Huck.

2) Fale do seu ídolo. Não importa se seu interlocutor está ou não  afim de ouvir. Tudo bem, eu admito que um fã pode ser bastante irritante e até inconveniente. Mas, ser incansável é o preço que se paga por ter um ídolo.

3)  Tente atrair novos possíveis  fãs. Quanto mais gente gostar do que você gosta, mais gente vai comprar os álbuns e assim a banda vem mais vezes fazer shows por aqui. Além do mais, como alguém nesse mundo pode não gostar?!

4) Troque material com outros fãs. É como trocar figurinhas ou papel de carta (ok, acabo de revelar em que século eu nasci). Isso mantém o grupo unido e é ótimo ver seu acervo aumentar.

5)  Toque as músicas da sua banda favorita pra quem ainda não a conhece. Também é útil dar CDs ou DVDs de presente a essas pessoas que demonstram algum interesse ou curiosidade.

6) Não se deixe abater. Mesmo que demore muito pra seu ídolo apresentar novidades, mantenha-se em estado apaixonado. Não deixe a chama morrer.

7) Não se importe que seu amor seja platônico. Seu ídolo certamente não sabe da sua existência ou de tantos outros anônimos que o adoram. “And it’s you I see, but you don’t see me”. Mas, você sabe que ele existe e isso basta.

O Livro do Fã, clique na imagem para saber o que é.

8) Cometa loucuras por seu ídolo. ‘Loucuras’ para os outros. Pra você deve ser  perfeitamente razoável gastar todo seu dinheiro pra ir a um show ou batizar o próprio filho com o nome do seu ídolo. (só pra constar, eu já fiz as duas coisas)

9) Tente estar perto do seu ídolo. Seja por carta, e-mail ou indo aos shows. Também serve ficar plantado na porta do hotel, estúdio de gravação, restaurante, ou onde quer que ele esteja.

Fãs brasileiros encontram com Coldplay no Rio. Clique na imagem para ler a matéria.

10)  Nunca se envergonhe do seu amor. Seja digno do seu ídolo. Assuma publicamente  que você o ama e mantenha-se fiel a ele.  Seja vestindo camisetas, usando os mesmo tênis ou pulseiras que ele usa, cortando o cabelo da mesma forma, ou fazendo uma tatuagem  para homenageá-lo.  “If you love me, won’t you let me know?”

Fã mostra tatuagem da música Viva la Vida.

E como existe gente pra tudo nesse mundo, não posso deixar de citar a regra de ouro: NÃO PERCA O BOM-SENSO! Nunca, jamais, em tempo algum, seja um fã agressivo. Quem ama de verdade não arranca os cabelos do ídolo para ter um souvenir. Não o arranha na tentativa de agarrá-lo. Não o persegue pelas ruas, até em casa – como aconteceu com o Chris, que precisou fugir de uma mulher que dizia ser sua verdadeira mãe. Quem ama de verdade não atira no seu ídolo enquanto ele atravessa a rua. Deve existir um termo científico pra esse tipo de atitude; eu chamo de fanatismo psico-malucopata. “Who would ever want to be king?”

Podem me chamar  de ultrapassada, mas eu sou uma fã à moda antiga. Embora, claro, me utilize desses recursos tecnológicos, que nos permitem saber e ver de tudo com rapidez, quase sempre em tempo real. As duas atitudes podem andar juntas, sim. O que não pode é deixar de ter ídolos. Essas pessoas que nós consideramos especiais, nos transformam também em pessoas especiais, mesmo sem saber. Nos espelhamos nelas, extraímos e absorvemos tudo o que elas tem a nos oferecer de melhor.  E, em se tratando  do Coldplay, eu juro!, isso significa um amor pra vida inteira.

Por: Erika  Obkircher

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