Will: “O show de Lyon pode ter sido o melhor que já fizemos até agora”

11 setembro, 2008

Coldplay.com atualiza-se com Will Champion:

Olá, Will. Onde você está?
Estou em Paris, nos arredores do complexo de camarins de Bercy.

Como tem ido a turnê européia até agora?
Muito bem, obrigado.

Ela parece diferente da turnê norte-americana?
Sim, parece. Mudamos um pouquinho a configuração geral. Acreditávamos que, para a turnê norte-americana, tínhamos de subir no palco afiadíssimos e não realmente nos sentíamos muito confiantes em relação a algumas das novas músicas. Mas acho que, como o álbum já foi lançado faz um tempinho, as pessoas estão ficando mais habituadas com essas músicas. Além disso, algumas pessoas como o Phil disseram que Cemeteries of London, por exemplo, estava indo muito bem na Europa e na Internet e tudo o mais. Então, pensamos: vamos arriscar e diversificar um pouco mais. Estamos fazendo algumas alterações, sendo Cemeteries a principal delas.

Deve ser bom fazer mudanças com freqüência.
Definitivamente. Dá um novo ar. Nosso problema no passado era deixar consolidada uma determinada organização de que gostávamos tanto que não nos sentíamos inclinados a alterar.

A audiência européia diverge em grande escala da norte-americana?
Cada público é um público, na verdade. Mas parece que os franceses realmente foram contagiadas por Viva. Não acho que fomos tão bem quanto podíamos tê-lo feito na França. Acho que uma adicional bandeira francesa na capa do álbum não fez mal a ninguém! Mas Viva fez mesmo muito sucesso em Lyon. Na realidade, acho que este show pode ter sido o melhor que já fizemos até o presente momento. Foi muito, muito bom.

Em que sentido?
A reação geral às músicas. Estávamos acostumados às pessoas cantando as músicas mais famosas e educadamente batendo palmas para acompanhar as demais. Em Lyon, porém, parecia que cada música era literalmente um grande sucesso das paradas. Deu uma sensação muito boa.

Naturalmente, a maior mudança para você nessa turnê é que você está cantando.
Estou! É bem complicado porque essa parte do show tem dificuldades logísticas. É difícil fazer com que os instrumentos e os microfones funcionem bem lá no fundo, nas costas da multidão. E mais, Chris canta na primeira música e, então, eu canto na segunda e ele tem uma voz bem mais intensa que a minha. Assim, fica difícil atingir um equilíbrio e fazer tudo certinho. Mas estamos caminhando.

Deve ser estranho passar dez anos tocando bateria com a banda e, de repente, assumir o microfone.
Sempre fiz o backing vocal, mas, de fato, é bem estranho. Nunca achei que tivesse voz para isso. É uma voz anônima, creio eu, que vai muito bem como segunda voz. Mas estou tentando expandir meu repertório. Não diversifiquei tanto assim, mas gostaria.

O que mais podemos esperar de você?
Estava pensando… Talvez um pouco de Bon Jovi.

Poderia ser esse o começo da carreira solo de Will Champion?
Não, de forma alguma. Provavelmente o final.

De acordo com a imprensa, vocês e os rapazes conseguiram assistir ao jogo da Inglaterra contra Andorra, em Barcelona, no sábado.
Sim, pegamos o primeiro tempo. Tivemos de ir embora depois disso. Chegamos ao local do show um pouco antes das 9 da noite e estávamos no palco meia hora depois.

Os jornais afirmaram que vocês atrasaram o show para assistir à toda a partida.
Não, de jeito nenhum. Escreveram isso mesmo? Se tivéssemos feito isso, teríamos ficado para o jogo inteiro, não só para a primeira metade!

Como foi o primeiro tempo?
Bem parado. Foi estranho, para ser sincero, presenciar um jogo internacional em que comparecem 10 mil ingleses e uns 500 andorranos. Era um estádio excelente, em compensação. Era o estádio olímpico, perto das colinas.

Você tem algum conselho para o técnico da Inglaterra, o Sr. Capello?
Hum, acho que as falhas estavam aparentes já no primeiro tempo e creio que ele fez bem em corrigi-los. Ele deixou Joe Cole na lateral esquerda, o que achei muito positivo porque o Downing não estava fazendo uma partida muito boa. O primeiro tempo a que assistimos, que terminou zero a zero, não nos inspirou grande confiança. Mas, como Jonny e eu discutimos exaustivamente, é quase impossível jogar contra um time que tem dez jogadores atrás da bola todo o tempo, os quais não vieram para marcar um gol, tampouco para ganhar. No entanto, a perfórmance da Inglaterra não foi de todo ruim, não como muito sugeriram. E, no final das contas, eles venceram a partida.

Voltando ao Coldplay, conversamos com Albert Hammond Jr. semana passada e ele estava nos contando que são vocês quem escolhem as bandas que abrem os shows.
Com certeza; desde que estejam disponíveis e queiram. Não forçamos ninguém a dividir a estrada com a gente!

Vocês aprovaram dos três, Albert, Santogold e Shearwater, que escolheram até agora?
Sim, todos eles foram brilhantes, para falar a verdade. Tivemos muita sorte.

E o que você tem escutado ultimamente?
Para ser honesto, tenho ouvido pricipalmente Aprenda Espanhol com Michel Thomas.

Como isso tem corrido?
Muy bien, gracias.

Muito bem!
Eu gosto muito de tentar falar espanhol. Sempre foi meu objetivo tentar falar outra língua decentemente, então estou tentando levar isso até o fim.

Presumivelmente, isso é o máximo que se consegue com aulas de CD.
Na verdade, elas são muito boas. Te dá muita confiança desde o comecinho. É fanatástico.

Você tem escutado música também?
Eugene Francis Jnr and the Juniors é uma grande banda que descobri. É peculiarmente baseado em folk, com um pouco de música eletrônica, com muitos vocais. Há umas nove pessoas na banda e elas são simplesmente fantásticas. Recomendo muito que visitem seu site em breve.

Falando da sua bateria agora. Foram feitas alterações para essa turnê?
Somente nas cores e desenhos. Todos os nossos instrumentos foram pintados pela nossa adorável assistente Vicki. Ele fez um trabalho fantástico -muito, muito além do que era exigido dela. Todo e qualquer instrumento colorido da gente foi pintado pela Vicki.

Uau!
Pois é. Ela é uma artista muito talentosa.

Você tem que fazer muitos reparos à sua bateria?
Com uma certa freqüência, entre um show e outro, eu diria. Por algum motivo, eu não parto tantas baquetas como costumava, porém. Costumava ter de trocá-las repetidas vezes. Acho que encontrei o tipo certo.

Que tipo?
São Pro-Mark 5Bs, acho eu.

O que as faz destacar-se entre as outras baquetas?
Elas parecem, por alguma razão, mais fortes, eu acho. Ou talvez eu tenha ficado mais fraquinho com a minha idade avançada.

Bom, parece que todos vocês estão tendo uma ótima turnê.
Até agora, foi tudo ótimo mesmo. Estamos tão contentes que o álbum está indo bem e que a reação do público é positiva. Do contrário, essa entrevista teria sido muito diferente. E estamos muito felizes que Viva, como single está com com um bom desempenho. Por um bom tempo, ela não ia nem ao menos fazer parte do álbum.

O que teria sido insano.
Bom, foi engraçado porque demorou um bom tempo para trabalhá-la. Foi só bem no final que conseguimos.

Além de ter se revelado o seu maior sucesso.
É, de todos os tempos. Sem sombra de dúvida.

É também um grande hino em formação entoado nos estádios.
Ah, sim, definitivamente. Estávamos comentando que queríamos a partitura da pessoa que toca trompete nos jogos da Inglaterra, não importa quem ela seja. Adoraria que ela fosse cantada nas arquibancadas.

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