Jonny: “estou gostando mais dessa turnê do que de qualquer outra”

03 agosto, 2008

Jonny é entrevistado pelo Coldplay.com:

Olá, Jonny, como vai?
Bem, obrigado.

Como vai a turnê?
Muito bem, na verdade. Desde seu começo, na Madison Square Garden (acho que está mais para um pseudo-começo), tem ido muito bem. Os shows têm ficado cada vez melhores, creio eu. Assim espero, pelo menos.

Isso é freqüente?
Sim, mas não começamos em um lugar tão ruim quanto no passado. Geralmente leva uns 25 shows para começar a ficar mais ou menos bom. Porém, acho que, dessa vez, começamos de uma forma um pouquinho melhor.

Parece que o show sofreu uma mudança expressiva desde o ensaio ao vivo para amigos e familiares na Wembley Arena.
Esse show foi bem ruizinho, então espero que sim! Fizemos uma série de mudanças desde então.

Essas idéias partem de quem? A banda se reúne após as apresentações?
Sim, nos reunimos com Dave e Phil após os primeiros shows e questionamos o que deu certo e o que não funcionou. Também conversamos com as pessoas que estiveram presentes. Uma coisa é nós dizermos o que achamos e outra é uma pessoa que estava assistindo falar de suas impressões.

Está feliz por voltar à estrada?
Sim, estou gostando mais dessa turnê do que de qualquer outra. As outras turnês foram ótimas, mas esta está ainda melhor. Não sei por quê. Creio que só agora aprendemos a fazer isso. Não é tão estressante assim.

E a família tem acompanhado vocês?
Tem, o que faz uma grande diferença.

Vocês dormem no ônibus da turnê?
Não, nunca. Estávamos falando disso faz pouco tempo, mas o fato é que não dá para para fazer isso; você acaba dormindo só umas três horas (não que eu esteja dormindo muito mais do que isso atualmente).

Qual foi o melhor show até agora?
Parece que cada noite é um pouco melhor que a outra. Dessa forma, os últimos dois foram os melhores.

Montreal e Toronto?
É, não consigo me decidir entre os dois.

O que faz de um show um bom show?
90% é a platéia estar bem, 10% é o quanto você acha que foi bem. Se você acha que não tocou bem e o público não estava muito envolvido, você se sente mal. Por outro lado, mesmo sentindo que você não foi muito bem, se a platéia está realmente animada, então você conclui que talvez eles não tenham percebido! Ha ha!

Como se define não tocar bem?
Acho que estar fora de sincronia.

Mas você não erra com freqüência, erra?
Às vezes. Matt, meu técnico de guitarra estava me contando que Jimi Hendrix disse que, se você errar uma nota, a melhor maneira de contornar isso é tocá-la novamente, então realmenre parece que é intencional. Então eu faço isso! Consigo lidar com isso mais facilmente do que Guy. Quando ele erra uma nota, dá para perceber.

Você dá uma conferida na platéia durante os shows?
Sim, você dá uma olhada para ver se as pessoas estão gostando. Geralmente você consegue detectar o cara com o Blackberry ou de braços cruzados! Mas o público tem sido incrível. Mais do que nunca. Quando tocamos Viva La Vida em Las vegas, a multidão simplesmente continuou a cantar quando a música já tinha acabado. Foi insano.

Vocês vão continuar fazendo pequenos ajustes?
Quando você encontra uma boa estrutura, você tenta mantê-la por um tempo, até que fique cansado dela. Você vai fazendo pequenas modificações enquanto isso, porém mantendo a estrutura principal. Nós meio que a construímos com base em diversas músicas, mas sempre alterando uma coisinha ou outra. Às vezes, no entanto, mesmo mudanças minoritárias podem ser um desastre.

Se alguém da banda dissesse “Vamos tocar Shiver hoje à noite”, vocês conseguiriam fazer isso? Vocês teriam de ensaiar antes?
Bom, não somos os melhores  ensaiando músicas, para ser honesto. Preferimos evitar a preocupação! Especialmente em relação às músicas antigas; você se cansa de tocá-las. Mas é legal tentar isso diante de 15000. Tocamos Don’t Panic uma noite dessas. É a letra mais simples do mundo, mas eu consegui errar mesmo assim! Foi engraçado.

Você gosta do fato de cantar mais durate os shows? Porque há, obviamente, mais backing vocal nesse álbum.
Gosto. No entanto, ainda não consigo acompanhar a última parte de Death And All His Friends. Os outros três conseguem, mas eu simplesmente tocar e cantar ao mesmo tempo. É demais para o meu cérebro. A guitarra está em um compasso estranho e o vocal está em outro diferente. Guy, Will e Chris conseguem lidar bem com isso, mas eu mal posso ouvir e acompanhar com a guitarra, que dirá cantar! Tenho de me livrar desse bloqueio!

Quantas guitarras você usa em um show?
Eu não sei, na verdade. Umas cinco ou seis, provavelmente.

Por que você precisa de guitarras diferentes?
Em parte, porque elas desafinam. Assim, ao invés de fazer a afinação entre as músicas, é mais fácil trocar. Mas elas têm sons distintos e são tocadas diferentemente. Algumas músicas foram compostas com uma guitarra específica e elas não soam bem se tocadas com outra.

Então realmente há uma grande diferença entre as guitarras?
Há. Mesmo duas guitarras do mesmo tipo podem ter um som diferente. Creio que elas sejam como seus filhos; para todo mundo, elas parecem iguais, mas você sabe a diferença! Ha ha!

Há uma preferida?
Tem uma Fender Thinline que eu comprei em 2001. Adquiri várias desde então, porém, já que essa foi a primeira, é minha favorita, ainda que raramente a toque hoje. Mas adoro todas elas.

Vocês conseguem sair para conhecer a cidade em que tocam?
Depende mesmo do lugar. Estamos hospedados em Toronto, então conhecemos um bocado da cidade. Na verdade, estive com alguns parentes da minha namorada, fora de Toronto, o que foi muito legal. É muito bom não ficar em hotéis.

É o que mais difícil quando se está na estrada?
Bom, nada é muito difícil, para falar a verdade, mas o pior deve ficar acostumado a não dormir muito bem.

Vocês conseguem aproveitar o show todas as noites?
Com certeza. Só não conseguimos quando achamos que algo deu errado.

Então não parece que é algum tipo de rotina?
Ainda não, definitivamente. Acho que, quando atingirmos essa fase, vamos fazer algumas mudanças. Estou certo de que isso vai acontecer eventualmente, mas, agora, é realmente divertido.

Esses encores improvisados que vocês têm feito parecem divertidos.
Sim, mas eu perdi o primeiro porque fui embora com o Guy! Não tínhamos percebido que iria acontecer.

Você ficou chateado?
Mais perplexo! Estávamos no meio do caminho… hum… Los Angeles? Acho que sim, mas não tenho certeza.

As coisas começam a ficar confusas quando se está em turnê?
Começam. Não faço idéia de que dia é hoje. Não mesmo. Não há como organizar a semana dessa forma. Ou você vai fazer um show ou tem um dia de folga. É tudo que você tem de saber!

Mas parece que há uma boa atmosfera entre o Coldplay, não?
Sim, estamos tão felizes quanto costumávamos ser. É uma grande alívio que o álbum foi lançado. Desenvolver a turnê exigiu trabalho duro e foi estressante, especialmente porque tivemos de reagendar alguns shows. Então, sentir que finalmente estamos encaminhados e que o álbum foi lançado e que podemos tocar essas músicas é simplesmente a melhor hora para se estar numa banda.

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