Chris: “Temos umas bolas incríveis”

19 junho, 2008

Um bate-papo com o Coldplay.com:

Olá, Chris. Como estão as coisas?
É uma hora bem estressante, mas extremamente empolgante também. Terminamos o álbum, ele foi lançado, fizemos algumas decisões acerca dos singles e estamos gravando vídeos. Também acabamos de planejar como realmente serão os shows da turnê, o que traz uma sensação boa.

Quanto desse planejamento é da própria banda?
Cem por cento. Nós decidimos o que vamos tocar, quais músicas novas e quais músicas antigas farão parte do repertório. Pensamos na reinterpretação de canções e como fazer um show o mais empolgante possível. E, basicamente, tentamos fazer algo que é tão divertido quanto qualquer outra coisa que você faça à noite; estamos tentando competir com Cats and Starlight Express. Nossa principal meta é garantir que o dinheiro das pessoas seja bem gasto. Passamos bastante tempo pensando nisso. Pensamos em como cada música soa e qual o lugar ideal para se estar e o que as pessoas verão dependendo de seu ponto de vista. Somos um pouco obcecados demais, pra falar a verdade.

Há quanto tempo vocês estão planejando os shows?
Há uns quatro meses. Mas o o efeito da performance ao vivo sempre afeta a sonoridade do álbum. Você pensa “Do que o nosso show precisa? O que está faltando?”. Dessa vez, sentimos que queríamos mais barulho, algo mais pesado, alguma coisa mais emocional; músicas que pudéssemos cantar com uma voz mais grave e outras que todos pudessem cantar junto. Temos muitas músicas deste tipo, dessa vez.

Vocês conseguem escutar as pessoas cantando enquanto vocês estão tocando? 
Com certeza. Eu vivo para o som das pessoas cantando junto com a música.

Presumindo que vocês tenham muitos planos excitantes para os shows, quais vocês podem revelar para a gente?
Eu vou contar tudo. Pra começo de conversa, nós temos bolas incríveis. No sentido mais tecnológico da coisa. Se você for ao nosso show, você vai ver as bolas mais mágicas que existem. Na verdade, são as bolas mais mágicas desde que John Lee Hooker teve 50 filhos. E a nosso show é o primeiro do mundo a tê-las.

Onde vocês as conseguiram?
Em uma loja que produz coisas engenhosas, no norte da Inglaterra. As bolas são parte da nossa missão contínua de deixar uma grande sala o menor possível.

É por isso que vocês tocam em arenas e não em estádios?
É. Nós ainda não somos uma banda para tocar em estádio. Se ainda estamos tentando descobrir um jeito de fazer um espaço com 10.000 pessoas o mais empolgante possível, o que se dirá de um estádio. Para mim, uma arena parece ter o tamanho perfeito, então estamos tentando dominar essa técnica.

Já começaram a pensar na set list?
Já. Temos 90% pronto. Sabemos em quais lugares vamos tocar determinadas músicas e quais não vão estar na lista. E o que vai melhor em Detroit ou Filadélfia do que em Praga ou em Londres.

Vocês realmente planejam a turnê até esse ponto?
Sim, claro. Assim que temos algumas idéias, contratamos o maior número de pessoas talentosas que pudermos e fazemos com que elas trabalhem melhor do que poderíamos pensar. Realmente nos importamos muito com os shows.

E vocês não são uma banda orgulhosa demais para tocar seus maiores sucessos?
Não, tocamos o maior número de hits que pudermos. No entanto, em alguns lugares, mal temos um hit. Dessa forma, em alguns lugares tocamos Clocks nove vezes. E, depois, Fix You 12 vezes. E, para terminar, um bis com Yellow tocada 27 vezes.

Quando vocês terminam de gravar uma música, é difícil aprender a tocá-la ao vivo?
Não dessa vez porque passamos muito tempo gravando ao vivo. E não teríamos concluído o álbum se não tivéssemos pensado que isso melhoraria os shows. Ainda estamos em busca da melhor forma de passar uma hora e meia. E, dado que não podemos recriar o Exterminador do Futuro II em qualquer lugar, temos a obrigação de fazer algo novo.

São vocês que decidem quais roupas vestir também?
Totalmente. Essa é a primeiríssima turnê do Coldplay em que o figurino foi feito pela própria banda. Quando vestimos essas roupas, sentimos como se estivéssemos em uma gangue de verdade.

Vocês têm muitos shows pela frente em um curto período. Olhar para a agenda de vocês não os intimida?
Não, só parece um grande desafio. É quando estamos tocando que eu me sinto mais vivo. É o único momento em que a minha mente faz algum sentido.

Você continua se sentindo assim depois de 30 shows?
Eu continuo me sentindo assim após 230 shows. Mal podemos esperar por colocar o pé na estrada. Ah, e também estamos ansiosos para dar de presente uma música com cada ingresso. Temos uma música intitulada The Goldrush que o Will canta. Queremos que ela faça parte do nosso show, então vamos dá-la junto com o ingresso. Dessa forma, as únicas pessoas a conhecerem a música serão aquelas que vierem ao show.

Então eles poderão cantar junto com a música.
Exatamente! Creio que o Will vai precisar de toda a ajuda que ele puder ter, pra ser sincero. Ele não me ama por fazer dele o vocalista principal de uma música, mas acho que essa é a turnê para fazer isso.

Ele vai cantar a música sentado à bateria?
É surpresa.

Então você não vai revelar tudo…
Há muitas surpresas, incluindo borboletas e instrumentos de percussão com desenhos, muitas cores e, provavelmente, muitas coisas que nem pensamos ainda. Estamos concentrados em fazer essa turnê o melhor possível.

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