Coldplayer da Rodada: Gabriel Barreto

29 fevereiro, 2016

Não vale terminar o mês sem conhecer o ‘Coldplayer da Rodada’, certo? Então, apresentamos o Gabriel! O sorteado de fevereiro é uruguaio, mora em São Paulo desde 2011 e tem uma história bonita com a banda. Site

1) Quando você começou a escutar Coldplay?

A minha história com Coldplay começa nos anos 2003-2004. Nessa época, minha mãe (falecida em 2011), que foi uma grande admiradora de Coldplay, comentou sobre uma nova banda que estava tocando na rádio e que estava aparecendo nos canais de música como MTV etc. Um dia, assistimos juntos ao vídeo de “In my place” e ficamos fascinados. Depois, me lembro de ter escutado “Clocks” no ônibus… Foi um momento mágico e pensei: “essa banda me toca profundamente”!

2) Coldplay fez seu primeiro show há 18 anos e, durante esse tempo, acumulou trabalhos, indicações e troféus. Recentemente o prêmio ‘Godlike Genius’ (NME Awards) reconheceu os feitos na carreira e os homenageou. Qual prêmio você criaria e entregaria para a banda?

Bom, eles acabaram de ganhar mais um ‘BRIT Awards’, né. É difícil pensar em um prêmio para uma banda de tamanho sucesso. Como Coldplay tem vários parceiros musicais e como a banda tem feito uma carreira sem muitos escândalos, o prêmio que eu inventaria seria o de “banda mais simpática” kkk.

Quando Gabriel fez um show usando a camiseta de Viva la Vida

Quando Gabriel fez um show com a camiseta de Viva la Vida

3) Em nosso país, nós já recebemos o Coldplay quatro vezes. Em 2003 o ‘A Rush Of Blood to the Head’ era o trabalho de estúdio mais recente da banda. Em 2007 o ‘X&Y’ era o último lançamento deles. Em 2010 o ‘Viva La Vida or Death All His Friends’ ocupava o posto de CD mais recente. Já em 2011, uma prévia do ‘Mylo Xyloto’ foi apresentada no Rock in Rio. Agora, em 2016, a banda desembarca no Brasil pela quinta vez e “A Head Full Of Dreams” é o disco do momento. Se você pudesse montar parte da setlist dos shows da nova turnê e tivesse que escolher uma música de cada um dos cinco álbuns citados anteriormente, quais seriam elas?

São escolhas difíceis, mas vamos lá:

AROBTTH: Clocks (é imprescindível);
X&Y: Talk (para mim, uma das melhores canções);
Viva la Vida: Strawberry Swing (cancão épica e profunda);
Mylo Xyloto: Paradise (para cantarmos juntos);
Gosht Stories: True Love (se quisermos chorar um pouco);
A Head Full Of Dreams: Adventures of a lifetime (para dançar, cantar).

4)’A Head Full Of Dreams’ foi lançado em dezembro de 2015 e alcançou o primeiro lugar, no Reino Unido, em fevereiro de 2016. Depois desse tempinho de relacionamento com o disco, qual faixa você classificaria como a melhor e qual você excluiria?

Quando ouvi o single “Adventures Of A Lifetime” gostei muito e até me empolguei (pensando que seria um álbum consideravelmente diferente do anterior). No começo, após ganhar o disco e escuta-lo inteiro, estranhei “Hymn for the weekend” porque acho a música muito exagerada – do ponto de vista da produção, não combina com uma banda como Coldplay. Eu não sou muito fã da faceta tão ‘POP’ de Coldplay e por isso tenho a tendência de desdenhar um pouco desse tipo de canção. Contudo, depois de ouvir o disco várias vezes, a gente acaba se acostumando. Hoje, pessoalmente, acho que é um grande disco! A faixa que mais gosto é “Army of One” (eu acho o hip-hop do final- a faixa escondida- um máximo!) . “Hymn for the weekend” eu teria deixado como single promocional e não como parte do disco.

5) No dia sete de fevereiro, a apresentação no intervalo do ‘Super Bowl’ destacou o Coldplay em nível mundial! Nitidamente empolgados, Chris, Guy, Jonny e Will contaram toda uma história em poucos minutos e foram exaltados por parte do público. Contudo, outra parte apontou que as participações (Beyoncé e Bruno Mars) ofuscaram os ‘donos’ do show. O que você achou do desempenho da banda?

Infelizmente eu não tinha o Canal de TV para assistir ao vivo a transmissão e acabei assistindo pela Internet. Mas, pelo menos, deu para ver que foi um show importantíssimo na carreira deles! Acho esse tipo de apresentação muito planejada, do tipo que não deixa espaço para coisas espontâneas. Por outro lado, achei desnecessário colocar Coldplay ao lado de figuras como Beyoncé e Bruno Mars. Os dois últimos, além de serem grandes estrelas americanas, têm facetas musicais totalmente diferentes. Além disso, até hoje me pergunto: por que não tocaram “Hymn for the weekend” sendo que Beyoncé estava lá?

6) Você vai a algum dos shows que a banda fará no Brasil em abril? Qual é a sua expectativa?

Sim! Felizmente consegui comprar ingressos para o show em São Paulo. Visito casualmente a página de vocês e, em uma das vezes, havia um post sobre a abertura de ingressos para o setor “cadeira inferior”. Logo em seguida acessei o link e consegui comprar! Foi um milagre… Eu não tinha conseguido nos primeiros dias (já que os ingressos esgotaram rapidamente) e isso foi muito frustrante. Por isso estou muito agradecido por vocês terem avisado (e o pessoal do Viva está muito feliz por ter ajudado).

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Eu já vi o Coldplay na Argentina, em 2009, no estádio Monumental. Mas naquele dia, por conta de uma resolução da prefeitura de Buenos Aires, tiveram que tocar em um volume menor do habitual. Eu achei um show lindo, porém, com a limitação sonora, a banda perdeu muito do seu impacto emotivo.

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A minha expectativa para esse show (de São Paulo) é me reencontrar com Coldplay, me emocionar e desfrutar de um bom som. Mais do que um grande espetáculo visual , gostaria que tivesse um som envolvente e potente!

7) Tem alguma música da banda que ficou marcada como trilha sonora de algum momento especial que você viveu?

Na verdade, várias canções e discos marcaram a minha vida. Mas há músicas que me emocionam muito… Algumas lembram momentos com a minha mãe (seja pela letra ou pela emoção que a música transmite). Eu citaria: ‘The hardest part’, ‘Clocks’, ‘In my place’, ‘Strawberry Swing’ e ‘Magic’.

8) (pergunta da Camila Herman) O que você tem a dizer para os fãs de Coldplay que criticam a banda por inovar na criação dos novos álbuns? Você acha que esses fãs estão certos- e que o Coldplay precisa continuar fazendo músicas como as do inicio da carreira, ou que eles estão errados- e que evolução no estilo musical é parte do processo criativo?

Como sou músico, concordo que eles precisam se inovar e experimentar novas facetas. Claro, é muito difícil agradar a todo o mundo o tempo todo. É ainda mais difícil quando você chega ao topo das paradas. Existem artistas que são conhecidos justamente por se manterem fiéis a um tipo de som, por exemplo: AC/DC. Outros são conhecidos por serem pioneiros e experimentais, como o David Bowie. Acho que o Coldplay está no meio, em um caminho próprio de desenvolvimento. Dentro das coisas experimentais deles eu gosto de “Yes“, “Midnight” e “Army of One” (final). Por outro lado, gosto menos das canções pop como: “Everydrop is a waterfall” ou a própria “Hymn for the weekend”. Acho que é questão de gosto, ninguém está certo ou errado. O importante é que a banda continue tocando!


Gabriel, muito obrigado pela entrevista!
Foi legal conhecer a história por trás da sua ligação com o Coldplay.

E então, curtiu e quer tentar a sorte para protagonizar a próxima entrevista?
É muito simples! Basta clicar aqui para saber como participar.
Em março rola mais uma rodada e esperamos a sua inscrição :)
Boa sorte!

Vitor Babilônia

Vitor Babilônia é Editor-Chefe do Viva Coldplay e Roteirista. Sua formação passa por instituições como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Vancouver Film School. Ele é fã da banda desde 2004.

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