Chris Martin no Howard Stern – parte 6/6

30 março, 2012

Publicamos hoje (no site e no fórum) a sexta e última** parte da entrevista de Chris Martin com Howard Stern. Embora os entrevistadores tenham partido de diversas idéias batidas para formular suas perguntas (algumas bastante privadas, fazendo com que o Chris ficasse visivelmente nervoso), algumas respostas do Chris são bastante interessantes.

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[Chris] E esse não deveria ser o tipo de pessoa a estar ali. Então, eu debati comigo mesmo e depois fui embora.

[Howard] As pessoas reconheceram você enquanto conversava consigo mesmo ou ninguém nem se deu conta?
[Chris] Foi uma discussão hipotética.
[Howard] Você estava no meio de uma discussão, mas ninguém deu bola? [risos]
[Chris] Eu estava de capuz, então…

[Howard] O que é isso que você que eu vi você passando na garganta?
[Chris] É só essa pomada oleosa e esquisita.
[Howard] Porque isso vai evitar que você tenha o quê? De ficar doente? De ter uma dor de garganta?
[Chris] Evita com que eu fale alguma coisa idiota. [risos]
[Howard] Você mergulha o seu dedo nessa pomada e enfia na garganta?
[Chris] É tipo um óleo, como óleo usado em carros.
[Howard] Para te deixar pronto para dar partida?
[Chris] Do contrário, eu não conseguiria alcançar essas notas agudas que você acabou de ouvir.

[Howard] Escuta, cara, a gente está se divertindo, certo?
[Chris] Eu espero que sim.
[Howard] Lembra que eu sou divertido. Com quantas mulheres você já ficou só por uma noite? De quantas orgias com fãs você já participou antes de conhecer a sua esposa?
[Robin] Você e sua banda já foram para o ônibus da turnê e fizeram toda a sorte de coisas?
[Chris] A gente teve sorte porque não precisou passar muito tempo dentro de um ônibus.
[Howard] Não?! A gente vai organizar uma orgia para você! [risos] […] Escuta, cara, você é um grande homem e você compõe músicas incríveis.
[Chris] Muito obrigado mesmo.
[Howard] Fo*a-se os críticos. Eu nem sei quem são essas pessoas.
[Chris] Eu não sei, cara. A gente estava falando disso há um minuto. Eu quero deixar claro que, no geral, é positivo.
[Howard] Você está se saindo muito bem; para quem não teve quase nenhuma aula de piano, você está fazendo um trabalho incrível.
[Robin] Talvez ele devesse fazer algumas aulas de piano agora.
[Howard] Imagina o quanto ele seria bom se ele fizesse algumas aulas!
[Chris] Engraçado, quando o Steve Jobs morreu, a gente foi na central da Apple tocar. A Norah Jones estava lá e eu perguntei para ela me mostrar uns acordes novos porque ela tem uma habilidade incrível com o piano.
[Howard] E ela te mostrou?
[Chris] Não, ela negou. Ela falou que era segredo. […]
[Howard] Vocês e o Steve Jobs eram amigos?
[Chris] A gente se encontrou algumas vezes e ele foi legal com a gente.
[Howard] Um gênio, não é? Você tem um iPod?
[Chris] Sim.
[Howard] Você tem um iPhone?
[Chris] Sim.
[Howard] Um Mac Computer? Tem alguma coisa que você tem que não é da Apple? [risos] Eu também sou assim. Eu amava aquele cara. Ele era fantástico. O que vocês fizeram? Vocês tocaram no funeral dele?
[Chris] No memorial dele.
[Howard] Que legal! Eu adoraria tocar num memorial.
[Robin] O que você ia tocar?
[Howard] Eu tocaria – Eu faria um discurso! [risos]
[Chris] Antes da gente saber quem ele era, ele veio ver a gente tocando. Ele foi no camarim e o nosso empresário, o Dave [Holmes] disse ‘Esse é o Steve’ e a gente ligou os pontos. A gente perguntou como ele tinha construído o primeiro computador dele e foi muito interessante, porque ele sabe juntar peças e fazer alguma coisa a partir do nada.
[Howard] É, e foi na garagem dos pais, ou algo assim. Bem coisa de estrela do rock, não é? Eu fiquei triste ao vê-lo partir. Eu imagino o que se passava na cabeça dele. Espero que ele tenha anotado algumas coisas.
[Chris] Acho que ele escreveu bastante.
[Howard] É isso que ele te disse?
[Chris] Não, é isso que eu escutei.
[Howard] O que vocês tocaram [no memorial dele]?
[Chris] Algumas das mesmas e uma música chamada Every Teardrop is a waterfall.
[Howard] Você fizeram com que todo o público caísse no choro?
[Chris] Eu não sei. Acho que não.
[Robin] Esse era o objetivo ou vocês estavam tentando outra coisa?
[Chris] É estranho tocar em– Um cara da sua equipe perguntou se a gente tocava em casamentos. Mas a gente nunca tinha tocado num memorial. Foi estranho no sentido de a gente não saber o que era apropriado e o que não era. Mas foi legal de fazer.
[Howard] É uma coisa meio estranha.

[Howard] Se alguém oferecesse alguns milhões para vocês tocarem num casamento, vocês tocariam?
[Chris] A gente consideraria isso.
[Robin] Tipo o casamento do Kadafi?
[Chris] Do jeito que a indústria fonográfica está hoje, se alguém chamasse a gente para tocar num casamento, a gente ia pensar no assunto.
[Howard] Quanto me custaria ter o Coldplay no meu casamento?
[Chris] Um milhão de dólares.
[Howard] Eu fui na casa de uma pessoa e o Elton John estava tocando na sala de estar deles. Acho que custou um milhão ou dois.
[Robin] Eu estava no jardim de uma casa e, no jardim da casa ao lado, tinha um palco imenso e me disseram que a Beyoncé estava tocando lá, no jardim particular de uma pessoa.
[Chris] Falando desse jeito, até parece que é muito dinheiro, mas não é, na verdade.
[Howard] Porque você tem que dividir com a banda, pagar o empresário…
[Chris] Pagar impostos e tem todo o tipo de custos. Mas é incrível de qualquer maneira, não me compreenda mal.
[Howard] Mas dá para imaginar alguém gastando um milhão de dólares só para um show particular.
[Chris] Mas eu não estou dizendo que isso é uma coisa que a gente escolheria fazer. A gente só faria se estivesse desesperado.
[Howard] Mas você acabaria fazendo, não é?
[Chris] Sim.
[Howard] Não teve um momento em que os roqueiros disseram que não fariam de jeito NENHUM alguma coisa desse tipo.
[Chris] Acho que nunca teve um momento como esse! [risos]
[Howard] Eu conheço alguns roqueiros que não fariam isso.
[Chris] É porque essas pessoas são bilionárias.

[Howard] A Gwyneth foi com você para o memorial na Apple?
[Chris] Não, senhor.
[Howard] Ela deveria ter ido.
[Robin] A propósito, a gente não falou dos nomes.
[Howard] O nome do/a meu/minha gato/a é Apple.
[Chris] Tá bom.
[Howard] Mas é porque ele/a apareceu na minha porta dentro de uma caixa de maçã; não tem nada a ver com o nome da sua filha.
[Robin] A questão é que a gente acha que os filhos hollywoodianos precisam ter nomes especiais, eles não podem ter nomes comuns.
[Chris] O que você quer dizer com ‘filhos hollywoodianos’?
[Howard] É a minha teoria que a Robin está trazendo à tona. Eu já disse várias vezes que pessoas famosas–
[Chris] E por que você não está se incluindo nisso? É isso que eu não entendo.
[Howard] É que eu sou tão evoluído. Você está olhando para um homem plenamente desenvolvido.
[Chris] Você fala como se fosse um Joe Schmoe [nome ficcional usado para designar uma pessoa comum].
[Howard] Eu conscientemente dei nomes comuns para os meus animais de estimação e filhos.
[Chris] Quais são os nomes deles?
[Howard] Debra, Emily, Ashley, esse tipo de nome.
[Chris] Mas esse não seria o caso se não houvesse ninguém que se chamasse Debra, não é verdade?
[Howard] É verdade.
[Chris] É só um nome.
[Howard] O nome de uma das minhas filhas é Xylophone, mas deixa quieto. O que eu penso é que alguns artistas como você são pessoas especiais.
[Chris] Isso não é verdade.
[Howard] A Gwyneth é especial. Não tem motivo para os filhos delas serem especiais também, [mas] eles não querem o tipo normal de filhos, eles querem filhos especiais. O nome deles também precisa ser especial. O Bon Jovi: você sabia que o nome do filho dele é Telephone […] 47?
[Chris] Você está de brincadeira?
[Howard] Não, estou falando sério. Não em relação ao nome.
[Robin] Os filhos deles têm nome de caubóis.
[Howard] Esses artistas querem que os filhos sejam especiais também. Você concorda com isso?
[Chris] Eu discordo com o que voce disse sobre pessoas serem especiais, porque eu acho que isso simplesmente não é verdade.
[Howard] Você fica sem graça?
[Chris] Eu não fico sem graça.
[Howard] Você É especial.
[Chris] Somente numa dada área. Mas o que dizer sobre um dentista especial ou um motorista especial de ônibus.
[Howard] O fato é que um dentista especial não recebe o mesmo reconhecimento que um músico especial.
[Chris] Deveria. Eu prefiro um grande dentista a um grande… álbum [??].
[Howard] Há tantos cientistas que você nem conhece, são pessoas fabulosas.
[Chris] Eu concordo que as pessoas que trabalham com arte tem como trabalho inventar um nome inovador para isso ou aquilo, mas não acho que isso não tenha nada a ver com ser especial. A gente precisa inventar o nome de uma música, do álbum.
[Robin] Ou seja, quando você está batizando um bebê, é como se vocês estivessem fazendo a mesma coisa.
[Chris] É, eu poderia chamar [o meu bebê] de Rupert [???], mas todo mundo já fez isso.
[Howard] Vocês são originais e querem criar uma arte original.
[Chris] Bom, a gente tenta.
[Howard] Com certeza.
[Chris] Mas não é o tempo todo. O meu filho se chama Moses, então, eu não estava pensando em nada desse tipo.
[Robin] Quanta originalidade!
[Howard] Eu gostei desse nome. É um bom nome. Eu gosto do nome Apple.
[Chris] Eu amo o nome Apple.
[Howard] Quando eu for numa dessas festas, eu vou conhecer a Apple.
[Robin] Quem outro nome você pode junto com Apple?
[Howard] ‘Apple Schmepple’ [???]. [risos] Não, sério, qual é o nome do meio da Apple?
[Chris] Schmepple. Não, na verdade, não, porque a gente ia acabar com problemas de publicidade.
[Robin] Ela teria um patrocínio.

[Howard] Vocês fazem isso? Vocês são patrocinados e fazem comerciais?
[Chris] Não. Uma vez, a gente fez um comercial para o iTunes, mas a gente não pretende fazer nada desse tipo.
[Howard] Isso é uma decisão que–
[Chris] É, como eu disse, a gente não toca em casamento, mas a gente tocaria se realmente precisasse. A gente tem sorte e não precisa.
[Howard] Todo mundo estabelece um limite. Em outras palavras, algumas pessoas não se sentem confortáveis em fazer com que a música delas seja tão comercial. Mas, você poderia argumentar que as estações de rádio estão fragmentadas que pôr as suas músicas em comerciais poderia ser uma boa idéia para alcançar o público.
[Chris] Acho que sim. Você está fazendo uma afirmação?
[Howard] Eu estou perguntando para você.
[Chris] Acho que sim, mas não dá para escolher isso como a forma principal de divulgar o seu trabalho.
[Robin] Essa é uma idéia da banda?
[Chris] É uma decisão do baterista, na verdade. O nosso baterista toma as nossas decisões.
[Howard] Ah, não, fala sério.
[Chris] Eu juro.
[Howard] Acho que você está brincando. Bateristas não tomam as decisões.
[Chris] Eu juro pela minha vida.
[Howard] O último baterista que tomou decisões foi o Dave Clark Five. Todo mundo sabe disso. Está na história do rock.

[Howard] Jim, qual é o ultimo comentário para o Chris?
[Jim] Chris, você deixaria que a esposa do Howard ou outra mulher bonita dar em cima da sua esposa?
[Howard] Basta. Deixa que eu respondo por você.
[Chris] É claro.
[Howard] Ah, você vai responder. Achei que fosse inapropriado.
[Chris] A decisão é dela.
[Howard] Fabuloso. A gente precisa juntar essas minas.
[Robin] Se a Gwyneth estiver a fim…
[Howard] Vamos fazer uma festa de verdade. Esqueça os seus amigos pomposos.
[Chris] O que esse cara está fazendo?
[Howard] Eu não sei, mas, agora, ele deve estar todo empolgado agora.

[Howard] Chris, vamos fazer um final mais apropriado.
[Jim] Eu gostaria de dizer que eu amo a música do Chris. É um ótima entrevista, Howard. Eu sou gay e eu estou apaixonado pelo Chris.
[Chris] Muito obrigado, cara.
[Howard] Se o Chris entrasse em coma e acordasse gay, você ficaria com ele?
[Jim] Com certeza!
[Howard] O que você faria com ele? […]

[Howard] Chris, a gente poderia ficar batando papo com você o dia inteiro.
[Chris] Eu adorei, obrigado por me receberem.
[Howard] E, nem precisa dizer, todo mundo compre o novo álbum, que já está nas lojas. Para mais informações, acesse coldplay.com ou vá ver o Coldplay numa cidade perto de você.

[Howard] A gente ficou conversando por um bom tempo
[Chris] Sério?
[Howard] Uma hora e meia. Você é um entrevistado fabuloso, obrigado.
[Chris] Sério mesmo? Obrigado. Obrigado, Robin.
[Robin] Muito obrigado! Foi muito divertido! A gente curtiu para caramba.
[Howard] Nós somos grandes fãs.
[Chris] Idem. Eu estava fazendo pesquisas sobre vocês.
[Robin] O que você descobriu sobre a gente?
[Howard] O que aparece quando alguém “googla” a gente?
[Chris] Você esteve na força aérea, não é?
[Robin] Isso!
[Chris] E foi uma enfermeira.
[Robin] Isso! Você encontrou boas informações.
[Howard] Eu era o general. [risos]
[Robin] É, a gente fez o serviço militar juntos.
[Howard] Ela não se sente confortável falando sobre isso. [risos] […]
[Chris] Obrigado, pessoal.
[Howard] Obrigado por ter feito a entrevista. Foi realmente incrível.
[Chris] O nosso empresário é um grande fã.
[Howard para Dave Holmes] Obrigado por permitir [que o Chris fosse entrevistado]. Foi uma entreviste genuinamente genial. Foi muito divertida.
[Robin] Muito divertida. A gente espera que a gente não tenha forçado você a se aventurar em muitas áreas em que não se sente confortável.
[Howard] Eu gostaria que sim! [risos]
[Chris] Tudo bem. Eu simplesmente não respondo. [risos]
[Robin] É assim que funciona.
[Howard] Uma vez a minha irmã me disse ‘Eu não vou no seu programa e tirar a blusa’. Eu respondi: ‘Tá bem louca? a) por que você acha que eu te pediria uma coisa dessas e b) você conseguiria dizer ‘não’ para mim?’. Enfim, eu olhei para o relógio e vi que já tinha passado uma hora e meia. Eu pensei ‘A gente realmente deveria ter chamado os comerciais’. Foi muito divertido.
[Chris] Obrigado, Howard. Até mais.

[Entrevistador] Chris, posso fazer perguntas sobre a entrevista?
[Chris] Claro.
[Entrevistador] Eu presenciei você passando por uma transformação. Você estava tentando lidar com nervosismo e ansiedade e, de repente, parecia que você estava no meio de uma conversa agradável. O que aconteceu?
[Chris] Eu ainda estou um pouco nervoso, então…
[Entrevistador] Verdade?
[Chris] Qual é a pergunta?
[Entrevistador] Estou perguntando [como] se deu a transformação.
[Chris] Você tinha me dito para não ficar nervoso!
[Entrevistador] É verdade. O que o Howard tem para ter te deixado tão à vontade?
[Chris] Eles são muito gentis e bons no que fazem, não é? É o trabalho deles fazer com que dê para uma pessoa como eu, ao ser entrevistada, simplesmente converse.
[Entrevistador] O que teve nessa entrevista de diferente em relação às entrevistas que você já deu?
[Chris] Foi a quinta melhor entrevista. [risos]
[Entrevistador] Quais são as outras quatro melhores?
[Chris] Não posso te dizer.
[Entrevistador] Ok. Obrigado.
[Chris] Muito obrigado! Até mais.

**Há uma sétima parte do vídeo, que não será taduzida aqui porque não se trata mais da entrevista com Chris, apenas de comentários dos apresentadores do programa.

Obrigado a todos que leram a entrevista! Esperamos que tenham gostado! Quaisquer incorreções, favor informar.

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