Coldplay conquistou um lugar na prestigiada lista “Time 100 Climate”, da revista Time, pelo seu comprometimento em eliminar e compensar as emissões de gases poluentes em sua turnê, a qual já alcançou a marca de 47% menos emissões de Carbono Equivalente (CO2e) em comparação a turnê anterior (“A Head Full Of Dreams Tour”).
Para justificar a inclusão da banda entre os 100 maiores líderes climáticos de 2023, a Time escreveu:
“A banda britânica liderada por Chris Martin se comprometeu a eliminar e compensar as emissões de gases de efeito estufa geradas pelas suas turnês. Como resultado (desse comprometimento), a banda afirmou que não voltaria a fazer turnês até encontrar uma maneira mais sustentável de subir aos palcos. Nessa direção, o Coldplay voltou à estrada em 2022 e, desde então, já conseguiu reduzir 47% de emissões de Carbono Equivalente (CO2e) em uma comparação show por show (comparação que considera as emissões geradas pela turnê antecessora da banda, que passou por estádios ao redor do mundo entre 2016 e 2017).”
Revista Time sobre o Coldplay.
À TIME, Chris Martin opinou a respeito de alguns tópicos da agenda climática e respondeu perguntas da revista.
Revista Time: quando se trata de avançar na agenda climática, qual ação você considera mais importante a ser tomada em 2024 por público, empresa e/ou governo?
Chris Martin: “os governos devem investir mais em soluções e tecnologias focadas em combater as mudanças climáticas (e alcançar as metas de mitigação), além de promulgar mais leis para fazer cumprir as políticas que têm esse foco.”
Revista Time: pensando no próximo ano, já há algum esforço ao redor do tema sustentabilidade ou alguma tecnologia sustentável que está te deixando animado?
Chris Martin: “no ano que vem faremos todos os discos de vinil do nosso próximo álbum a partir de garrafas plásticas recicladas.”
Revista Time: Para onde você acha que o ativismo climático deve caminhar no próximo ano?
Chris Martin: “Empodere as pessoas com esperança. Não é tarde demais.”
Celebrados pela revista Time, os números que o Coldplay vem alcançando com a ‘Music of the Spheres World Tour’ são resultado de reflexões e esforços anteriores.
Em 2019, por exemplo, Chris Martin contou em uma entrevista que a banda só voltaria a realizar turnês mundiais quando pudessem subir nos palcos de uma forma mais sustentável.
Depois disso, a banda estudou possibilidades até chegar em sua turnê atual, que está na estrada desde 2022 e que representa um grande passo no compromisso eco-friendly assumido pelo Coldplay.
Logo que anunciou a Music Of The Spheres World Tour, a banda divulgou um plano de sustentabilidade detalhado que já nasceu com o compromisso de ser aplicado em todos os shows da turnê ao redor do mundo, assumindo diversos compromissos, incluindo uma divulgação transparente dos resultados alcançados (o que já foi feito por meio de um primeiro relatório divulgado em junho deste ano).
Como o dia a dia da turnê e o relatório mostram, a banda vem cumprindo os compromissos assumidos. Há diversas ações sustentáveis aplicadas em cada apresentação, como o plantio de uma árvore para cada ingresso vendido e geração de energia renovável por meio de bicicletas e pisos cinéticos, ambos utilizados por fãs (que colaboram com a geração de energia pedalando e dançando, respectivamente).
Você pode conferir a íntegra do plano de sustentabilidade da turnê (em português) clicando aqui, além de ficar por dentro dos resultados do primeiro ano de aplicação do plano clicando aqui.
Com todos esses resultados envolvendo a mitigação de seus impactos ambientais, a turnê não vem chamando atenção apenas de veículos como a revista Time e sim de todo o mundo.
Incluída entre líderes “catalisadores” pela Time, a banda vem incentivando mudanças na indústria da música e atraindo atenção para ações em prol do meio ambiente. Isso também aproxima o Coldplay de organizações que desenvolvem projetos em prol do planeta – o que fica claro no plano de sustentabilidade da turnê e nas ações de Chris, Guy, Jonny e Will.Um exemplo disso é a parceria da banda com a The Ocean Cleanup, que tem a missão de livrar os oceanos do plástico.
Coldplay se uniu à The Ocean Cleanup em 2018, e os ajudou a dar um passo inicial em sua campanha para contribuir com a limpeza de alguns dos rios mais poluídos do mundo. Um dos resultados da colaboração é a execução do “Interceptor 005”(também chamado de “Neon Moon I”). O equipamento é parte central das operações focadas em limpar o rio Klang, na Malásia, e já contribuiu para impedir que mais de um milhão de quilogramas de plástico chegassem aos oceanos.
Mais recentemente, em novembro de 2023, Boyan Slat, fundador e CEO da The Ocean Cleanup, se juntou ao Coldplay para anunciar a renovação da parceria. Nesse caso, os dois lados vão somar forças para implantar um segundo interceptor. Intitulado “020” ou “Neon Moon II”, ele atuará no rio Cisadane, em Jacarta (Indonésia).
Vibrando com a renovação da parceria, Slat disse: “É muito emocionante ter o Coldplay a bordo com foco em causar um grande impacto contra a poluição envolvendo plástico na Ásia”, celebrou ele, completando que o resultado da nova parceria será implementado em breve. “Agradecemos imensamente ao Coldplay por sua ajuda e mal podemos esperar para ver Neon Moon II em ação e interceptando resíduos em breve”, concluiu.
Texto de Vitor Babilônia
Com colaboração de Letícia Luara.
