Após a pausa, durante as festividades de fim de ano, a coluna que liga você ao VivaColdplay está de volta! O Coldplayer que protagoniza a terceira rodada, primeira da temporada 2013, é o Eduardo, de Brasília. A partir de hoje, já vale se inscrever para ser o próximo (a) entrevistado (a). O regulamento da temporada 2012 permanece. Portanto, para se candidatar basta encaminhar seu nome completo para o e-mail: contatovivacoldplay@mail.com e aguardar o próximo sorteio. Lembrando que as inscrições são acumulativas, ou seja, o nome de quem se inscreve uma única vez permanece no sistema e o Coldplayer pode ser sorteado numa próxima rodada, então fique atento! Clique em leia mais para ler a entrevista.
1 – Para começar, nos responda uma pergunta inevitável: como foi que você conheceu o Coldplay?
Em 2005, com 12 anos, viajei para o Chile com o time de basquete da minha escola. Depois de ter lido o livro que trouxera para o avião, comecei a ouvir as rádios. Quase pousando em Santiago, saí do automático, meu sono foi embora, e comecei a ouvir uma música que me fez sentir muito bem. Procurei na revista, e era Speed Of Sound, do Coldplay. Eles tinham acabado de lançar o X&Y, e no Chile havia uma divulgação muito intensa, principalmente nos shoppings. Achei legal aqueles cartazes de uma banda toda de preto, mas com o cantor que tinha adesivos coloridos nos dedos. Eu só conseguia me lembrar das batidas da bateria e nos falsetes de Speed Of Sound. Nem do refrão eu lembrava. Quando voltei ao Brasil, não quis muito procurar materiais do Coldplay, queria ir descobrindo aos poucos, tinha certeza de que eles ficariam muito mais famosos. No ano seguinte, na cidade dos meu avós, no interior de São Paulo, uma cidade com 3500 habitantes, um primo meu me chamou para ir à casa dele, junto com outro primo. Internet era raridade lá. Ele fez questão de mostrar um clipe sensacional. Era The Scientist. Fiquei com o clipe e a música na cabeça, e comecei a procurar tudo sobre a banda, a comprar os discos. Em um mês, eu já sabia tudo sobre eles. Até pouco tempo, pouquíssimas pessoas sabiam sobre a banda. Eu conversava sobre Coldplay com minha melhor amiga e meu melhor amigo, e só. Era um sentimento legal de pertencimento. E esses dois grandes amigos foram aos dois shows comigo. E irão aos próximos, com certeza. A gente já combinou que vai colocar Coldplay nos churrascos de família, quando estivermos pra lá dos 50…
2 – Também não podemos evitar essa pergunta: qual é seu álbum favorito e por quê?
Como cada álbum deles parece um estilo de música, é muito difícil. Mas como todos dizem isso, tenho que escolher um… Eu escolheria o A Rush Of Blood To The Head. Pra mim, esse é o Coldplay em essência. Piano, violão, algo mais acústico e intimista.
Quando há guitarras, são só pela melodia, não pra distorcer. Além disso, foi o álbum mais vendido e que ganhou maior fama. Muitas pessoas dizem que é um álbum triste. Não faz muito sentido, pois em todos os discos há partes alegres e tristes. Por exemplo, Clocks e God Put A Smile Upon Your Face são baladas incríveis. E quem só gostar de música alegre, gosta só de uma parte de Coldplay. Em alguns momentos, simplesmente não dá pra ouvir Viva La Vida ou Charlie Brown. Aí entram The Scientists, Us Against The World, Sparks…
3 – Qual a sua expectativa para o próximo álbum e, se pudesse escolher, qual parceria musical gostaria de encontrar entre as faixas?
Minha expectativa é de que ela seja superada. O Parachutes foi bem pra beira da praia, com muitas guitarras relaxantes. O A Rush Of Blood To The Head já foi algo de estúdio, de piano e violão. O X&Y foi um flerte com o rock, o Viva La Vida trouxe a arte, e o Mylo Xyloto brincou com o eletrônico. Como a ideia era fazer um quinto álbum mais acústico (até eles gravarem Paradise e desistirem), acho que um bom caminho seria esse, do acústico, algo como o EP Prospekt’s March, como UFO, Us Against The World, Green Eyes, Til Kingdom Come, We Never Change, por aí. Claro que com mudanças incríveis, mas com essa essência simples e que eles fazem como ninguém. Acho que a única certeza concreta que tenho é de que as pessoas vão reclamar muito. Vão dizer que a banda mudou muito em relação ao MX. Quem diz isso não conhece os outros álbuns, com certeza. As maiores bandas experimentaram muito, e o Coldplay faz isso também, sai da zona de conforto. Aposto que eles poderiam fazer baladinhas melódicas pra sempre, mas ainda se esforçam pra fazer uma música eletrônica, ou um rock, ou um instrumental, ou uma música de 40 segundos. De todas as maneiras, eles ainda estão lá, sabe. As letras, o fim lento, as metáforas inglesas e as melodias surpreendentes. Digo isso como um músico também. Sobre parcerias, sinceramente, eu não gostaria de uma. Se fosse pra ter, gostaria do Bon Iver, mas queria um álbum só do Coldplay de novo.
4 – Já esteve em algum show do Coldplay? Se sim, qual foi?
Já fui a dois. Um no Morumbi, em 2010, e outro no Rock In Rio, em 2011.
5– Como você se posiciona a respeito do cancelamento da turnê “Mylo Xyloto” no Brasil?
Fiquei muito tranquilo com tudo. Os ingressos nem haviam sido vendidos ainda, e eles pediram mil desculpas e prometeram voltar. Se eles cancelaram a turnê no Brasil (e também em toda a América Latina), tiveram um ótimo motivo. Além disso, eles estão no estúdio. Espero sem problemas.
6 – É possível definir com qual dos quatro membros você mais se identifica? Justifique.
Muito difícil. Em termos técnicos, de instrumento, o Johnny é meu ídolo. Pras entrevistas e brincadeiras, o Chris. Os quatro têm um senso de humor incrível. Mas acho que o Chris. Por ser o líder mesmo. Quando lançaram o Viva La Vida, usava o casaco do colégio com uma manga toda puxada, pra mostrar as pulseiras, tentando imitá-lo. Era muito engraçado. Quando comecei a gostar mesmo da banda, passei a usar pulseiras. Uso até hoje. Quando tinha 14 anos, fazia o símbolo do Make Trade Fair (=) na mão quase todos os dias. Era divertido. Ainda é.
7- Seja devido ao Setlist ou qualquer inovação (como as grandes bolas amarelas, papéis picados e as pulseiras iluminadas -Xylobands), você tem uma turnê favorita?
A Viva La Vida Tour, com certeza. Primeiro, nesse disco, eles começaram a ir pra um lado mais artístico, com pinturas no encarte e nos shows também. As roupas militares e tudo. Os shows passaram a ser também um espetáculo na plateia. Quando fui ao show dessa turnê no Morumbi com 63 mil pesoas, em 2010, os confetes de borboleta encheram o estádio, em Lovers In Japan. Tenho um monte até hoje. Era engraçada a sensação de tentar apanhá-las, mas ter que esperar um tempo até que elas caíssem. Pareciam voar mesmo. Além disso, os telões no palco passavam paisagens, cidades, pessoas. A pessoa que estava na arquibancada mais distante conseguia ver também.
8- Qual música você acredita que, mesmo com potencial para single foi desperdiçada? Imagine-se como o escolhido para dirigir um clipe dessa canção e nos conte como seria.
Moving To Mars. Merecia muito ter ido para o Mylo Xyloto. Major Minus poderia dar lugar a ela, por exemplo. Moving To Mars tem um ar que o resto do CD não tem, de espaço sideral, de outro planeta. Digo não só pela letra, mas pelo estilo da música. Apesar de tratarem do mesmo tema, UFO e X&Y não têm esse clima. Concebo o clipe como no espaço sideral mesmo, com imagens de última geração de planetas. E a banda tocando sem gravidade. Algo como Talk, mas sem gravidade. Com as estrelas aparecendo. Poderia começar com a banda tomando um chá, vendo TV e ouvindo rádio, como diz a letra. Depois, eles sairiam correndo para uma nave estranha, que seria de pedalar, na verdade. Não sou um bom diretor.
9 – É comum, muitos fãs comentarem sobre a influência das músicas da banda em suas vidas. Existe alguma música do Coldplay que traz recordações especiais para você?
Com certeza. Algumas músicas me ajudaram a superar momentos difíceis, como See You Soon. Outras me trazem ótimas recordações, como Christmas Lights, no dia em que passei no vestibular, e me impulsionava a estudar desde que foi lançada, um mês antes da prova. Atualmente, Us Against The World é a que traz melhores recordações. Me lembra da minha namorada e do meu namoro.
Assista Christmas Lights:
10 – O que é ser um Coldplayer?
É saber que todos os momentos têm uma música do Coldplay para serem aproveitados e relembrados. Sabendo disso, é ouvi-las. E ter ideias, tomar atitudes e todas essas coisas de mudança.
Eduardo, muito obrigado pelas respostas. Você definitivamente é um Coldplayer!
Se você que acessa o VIVA quer seguir o exemplo do brasiliense, envie seu nome e participe do sorteio. Esperamos sua inscrição!
Até a próxima rodada…
#Créditos
Fotos da entrevista: Eduardo Barretto de Carvalho Milaré Fernandes
Vídeo: via ColdplayVEVO