Mylo Xyloto: Reviews

24 outubro, 2011

O novo álbum do Coldplay finalmente está entre nós! Mylo Xyloto chegou e já é primeiro na maioria das iTunes Store do mundo! O Viva Coldplay não poderia ficar de fora de festa da lançamento, então criamos esse post oficial de reviews do álbum! Nele colocaremos dois reviews de membros da equipe do site, com notas de 1 à 5 borboletas, e você poderá fazer o mesmo nos comentários! Basta usar  as borboletas  :borboleta:   :borboleta-m: e  :borboleta-off:  (Tentem colocar uma borboleta, dar dois espaços e colocar a outra, colocar lado a lado está dando um bug. Caso não resolva, vocês podem colocar a nota por extenso(ex: 4,5)) para dar sua nota. Fique a vontade também para comentar os nossos reviews da equipe. Clique no ‘Leia Mais’ e vamos lá!

 

Review por Diego Luiz:

Reclamações e mais reclamações dos fãs, digamos “puristas”, por conta de uma mudança no som da banda são no mínimo compreensíveis. A grande questão aqui é o que o Coldplay era exatamente há 10/12 anos atrás – detalhe que nesse tempo eu nem sabia direito o que era música de verdade – quando a banda ainda estava sendo criada. A magia está exatamente nisso, você vai perceber ao ouvir o primeiro disco. Sempre vi a música do Coldplay como um reflexo de como eles enxergam o mundo e principalmente o ser humano. Naquele tempo, a juventude e a energia da banda de fazer da música não só um instrumento de trabalho, mas sim para fazer com que as pessoas tirassem das suas canções coisas que não acharíamos em outros artistas.

Chris Martin e companhia fazem e continuam fazendo isso muito bem. A inocência que tantas bandas têm quando estão começando, na minha concepção, é de fazer música que se espelha no que a gente já viveu (ou neste caso no que eles já viveram). Eles não são uma entidade divina, eles são ser humanos como nós e a grande vitória da banda, é conseguir passar essa sensação de que eles não tocam somente para eles. Obviamente longe de toda e qualquer influência capitalista por volta de 1999, será que o grupo sequer pensou que iriam fazer tanto sucesso como hoje? Alguns ao se tornarem populares acabam se acomodando com o sucesso imediato. Porque vou me preocupar em fazer algo diferente se estou colhendo frutos de um terreno do qual eu sei que é seguro para mim? Será que alguém disse para eles: Deixe um pé dentro e outro fora e o Coldplay vai se aventurar em outras áreas.

O que temos a perder? declarou recentemente Chris Martin. A exploração de sons nunca é demais. Em Mylo Xyloto todo esse contexto musical se faz presente como nunca. Ao iniciar a primeira música, um incrível instrumental que esbanja empatia e começa o álbum da maneira mais esperançosa possível, já avisa que o restante do álbum também será assim. Vemos isso a todo instante em Mylo Xyloto. Os detalhes musicais em Us Against the World só deixam a canção ainda mais complexa e intrigante, percebam, por exemplo, os ecos na voz de Chris. Em Up with the Birds os mais atentos conseguem identificar sons que simulam cantos de pássaros. Ainda no final da intimista U.F.O notamos um som que lembra um Guzheng (instrumental Chines), preparando o terreno para a filha bastarda do álbum Princess of China. Uma verdadeira reunião de vários estilos musicais. As referências não terminam por aqui, como todos já sabem Every Teardrop is Waterfall surgiu de uma espécie de um tributo a Peter Allen, então voltemos a falar de Up With the Birds com referências a ninguém menos que Louis Armstrong, nos trechos “The sky is blue/Send me up to the Wonderful World” (Chris tocou pedaços de What a Wonderful World em alguns festivais, em Glastonbury por exemplo), até mesmo a sonoridade lembra um pouco o grande hino de Armstrong. Não se esquecendo de que, logo no inicio temos uma amostra das letras do compositor Leonard Cohen.

Ainda não mencionei a magnífica Charlie Brown, um dos pontos altos do álbum e Don’t Let It Break Your Heart, esta é acompanhada por um frenético piano, outro momento que não decepciona. O abuso de sintetizadores e certos “abafamentos” nos vocais não atrapalham em nada a experiência, só deixam o álbum ainda mais ambicioso. Porém, o excessivo vício de colocar cantos como “Ooohhh/Whoaaa” em diversas canções, algo que vem se tornando comum nas músicas da banda, poderiam ser usados com mais moderação. Alguns interlúdios não precisavam de faixas únicas, como no caso de M.M.I.X. que vem antes de Every Teardrop Is a Waterfall, não havia necessidade de “separar” as faixas, causando um grande desperdício de espaço. Talvez a banda ainda não tenha superado o trauma de fazer álbuns muito longos (algo que particularmente não me incomoda, veja o glorioso 64 minutos do The Suburbs da banda Arcade Fire). Eles poderiam ter seguido o mesmo esquema do último disco (ao exemplo de Death and All His Friends/The Escapist) e manter o espaço para alguma outra canção.

Não sei se é um capricho de todos ou só apenas de Martin em querer buscar o que é “diferente” para o grupo. Para onde vamos depois desse quinto álbum? Não sei. A maturidade musical da banda chegou há um ponto que nem mesmo eles sabem o que fazer. Claro, na música o campo para outras possibilidades nunca deve ser limitado e creio que eles ainda vão continuar aprimorando isso. Modestos como sempre, o potencial de querer criar algo que seja tão reconhecido e lembrado por toda a eternidade parece cair sobre os quatro. Essa pressão é quase como uma obrigação. Um novo álbum deles sempre vem carregado de expectativas.

Eles não precisam provar mais nada para ninguém, possuem no currículo 4 álbuns, não 5 ótimos trabalhos, sim Mylo Xyloto não é perfeito, mas consegue com maestria usar da definição de álbum conceito e criar uma experiência Coldplay diferente da que estamos acostumados a ouvir. Possui canções mais e menos complexas, uma superprodução digna de uma trilha sonora, equilibrando momentos com a música eletrônica (tão presente no cenário musical atual) e preservando outros elementos tão característicos do Coldplay, sem a vergonha de querer ser grande. Não se trata de ser um especialista em música para avaliar Mylo Xyloto, estou longe disso. É sobre o porquê de eu ainda acreditar nessa banda (por todos os motivos que citei logo no inicio deste texto) e eles conseguiram (mais uma vez) capturar todos os sentimentos neste álbum e eu sou grato por ainda continuarem fazendo isso.

Nota:  :borboleta:   :borboleta:   :borboleta:   :borboleta:   :borboleta-m:

 

Review por Filipe Araújo:

Se os 3 primeiros álbuns colocaram o Coldplay como uma das melhores bandas inglesas de todos os tempos, Mylo Xyloto vem para afirmar o que Viva La Vida indicou: o Coldplay veio para se tornar uma das melhores de todos os tempos. Para chegar a essa conclusão não precisa de muito esforço, basta apenas ver o quão bem compostas e produzidas estão as músicas do novo álbum.

Com uma das melhores introduções de álbum de sua carreira, MX nos faz entrar no clima de um novo mundo que o Coldplay irá criar. Seguindo adiante, temos Hurts Like Heaven, que pode ser avaliada de duas maneiras: Com ou sem MX. Sim, as duas faixas se entrelaçam, tornando uma missão árdua separá-las. Hurts trás um Coldplay melodicamente dinâmico, instrumentos e notas que se juntam magicamente com gritos de estádio, tornando a canção uma das melhores da carreira do Coldplay.

Paradise, por sua vez, funciona mais como single do que faixa do álbum. Apesar de uma produção espetacular com palmas, orquestra e gritos, a canção acaba virando coadjuvante, cercada de duas canções espetaculares (Hurts e Charlie Brown).

Charlie Brown, ah…Charlie Brown, se algum dia foi um sonho juntar todos os elementos do Coldplay em uma única música, ai está Charlie Brown. A música nos apresenta desde um mix inicial que remete Radiohead e U2 na fase Zoo TV, até melodias dignas de Arcade Fire e Sigur Rós.  Contudo, nesse mix de artistas, influências e instrumentos, podemos receber a grande cereja do bolo, que é a própria banda. Charlie Brown trás um épico digno de Fix You, um refrão espetacular, um violão e guitarra hipnotizante, e uma das melhores conclusões de música da carreira dos jovens britânicos.

Us Against The World trás um Coldplay folk remetendo a Bob Dylan, com uma letra que faria Johnny Cash ficar orgulhoso. A música, assim como todas até agora, casa bem com sua antecessora e sucessora, tornando o MX um “álbum”, e não um conjunto desorganizado de músicas.

MMIX é mais uma música de criação de clímax, assim como Hurts, existe uma ETIAW com e sem MMIX, onde o objetivo da introdução é realmente criar uma expectativa e clímax para a épica ETIAW.

Major Minus é, sem dúvida, a música solta que menos me agradou quando fez parte do EP de ETIAW. Mas, como eu disse anteriormente, o Coldplay fez um álbum, e não um conjunto de músicas sem sentido. Sendo assim, Major Minus é abrilhantada no conjunto de músicas, onde ainda estamos recuperando fôlego de ETIAW. A canção trás riffs e uma letra hipnotizante, que funciona surpreendentemente bem no álbum e também serve como uma maneira de acalmar os ânimos para a apresentação ‘U.F.O.’. A curta canção acústica que segue Major Minus trás o mesmo Coldplay de Us Against The World de uma forma muito mais intimista, com um tom gospel que lembra novamente Johnny Cash e U2. U.F.O. também poderia ser chamada de irmão mais novo de “Reign of Love”, do álbum anterior, onde Chris Martin cantava versos de espera por um Reino de Amor. Já em U.F.O., parece que essa espera ainda não acabou com os versos “I know, I swear, we’ll find somewhere the streets are paved with gold/Eu sei, eu prometo, nós vamos encontrar um lugar onde as ruas são pavimentadas com ouro”.

Chegando em Princess of China, o álbum tem seu primeiro pequeno tropeço. Mesmo sem nenhum preconceito, Princess of China parece uma carta fora do baralho. Como single, a música é incrível. O dueto em si é lindo e muito bem casado. Porém a música parece ter sido forçada para entrar no álbum por motivos comerciais, onde é a única que quebra o clima e nos tira do mundo de “Mylo Xyloto”. O motivo para isso é a sequência de músicas, Major Minus nos mostra o poder mágico das guitarras de Jonny Buckland, assim como U.F.O. nos relembra o quão doce é a voz de Chris Martin, para Princess of China desconstruir isso com uma convidada em um dueto.

Up in Flames tenta nos trazer de volta a esse mundo. A música em si é linda, com uma batida hipnotizante e um refrão lindo. Apesar de haver muita crítica em relação à música parecer inacabada, é exatamente esse o objetivo do Coldplay com a música: terminá-la em seu melhor momento.

A Hopeful Transmission, assim como MX e MMIX, serve para nos preparar para as duas excelentes músicas que ainda estão por vir. Vale destacar a batida do coração em seu final, que a liga de maneira mágica à Don’t Let It Break Your Heart. Falando em mágica, Don’t Let It Break Your Heart é pura magia. Depois de ter ouvido 60% do álbum em festivais, parecia que MX não traria nenhuma surpresa além das excelentes músicas que já haviam sido tocadas. Porem, DLIBYH nos trás uma das melhores músicas do álbum, com, sem dúvida, o melhor “ohhh ohhh” do álbum, assim como a melhor melodia. Aliás, é impossível não se arrepiar com a batida de coração no final da mesma.

Up With The Birds, assim como o Coldplay fez em Viva La Vida, vem com um clima inicial de despedida, onde o clima é calmo e relaxante. A surpresa vem com o segundo ato da música, que trás um clima de festa e de comemoração, uma forma do Coldplay agradecer a todos por ouvirem a obra de arte que foi seu novo álbum.

Mylo Xyloto é incrível, um álbum muito bem produzido e organizado, e que trás uma melodia além dos limites de qualquer expectativa. O Coldplay conseguiu fazer um álbum com começo, meio e fim, que, apesar de alguns detalhes, pode ser considerado uma verdadeira obra de arte.

Nota:  :borboleta:   :borboleta:   :borboleta:   :borboleta:   :borboleta-m:

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