Seguindo-se à memorável apresentação do Coldplay no palco principal do Glastonbury neste sábado, Will e Chris foram entrevistados por Jo Whiley e Mark Radcliffe. A entrevista foi bem animada, com o humor costumeiro do Chris. Foram feitos também comentários breves sobre o quinto álbum da banda. Will afirma que eles se decidiram por uma duração de 85 minutos e Chris brincou que não sabem quando vão concluí-lo, já que um “álbum de jazz” pode ser interminável (ressalto o ‘brincou’).
Clique em ‘leia mais’ para assistir a entrevista e ler a tradução.
Jo Whiley: Olha só quem se junto a nós, os headliners do palco principal [Pyramid Stage]: ninguém senão esses dois.
Mark Radcliffe: Olá, Chris, tudo bem? Como foi o show?
Chris Martin: Mark e Jo, olá.
MR: Para nós, foi incrível, principalmente as luzes, que estavam espetaculares.
Will Champion: Pois é, a gente nunca consegue ver as luzes. Essa é a ironia da coisa.
JW: Como vocês estão se sentindo?
CM: Estupefatos, na verdade. Quando a gente toca aqui é como se todas as coisas sem sentido desaparecessem por uma hora e meia. É divertido.
JW: Vocês pareciam não querer sair do palco no final.
CM: A gente realmente não queria [?]. […]
MR: Quem concebeu o jogo de luzes, que ficaram perfeitas na pirâmide?
CM: Tem uma pessoa bem louca que trabalha no nosso estúdio, cujo nome eu não vou revelar no caso de essa pessoa quiser retribuir o comentário, que apareceu um dia dizendo “Ei, eu acabei de achar esse projetor que lança luzes sobre edifícios e tal”. Pensamos “Legal, a gente quer isso”. Mas eu esqueci de quem a gente comprou.
WC: De qualquer forma, ele é incrível.
JW: E vocês não conseguem ver nem um pouquinho?
WC: Ao vivo, não. Acho que, quinta à noite, bem tarde, já que dá para ver melhor no escuro, fizeram um teste. Mas, ao vivo, a gente nunca viu. […]
CM: Mas ficou bom mesmo?
JW & MR: Ficou ótimo!
MR: E obrigado por terem deixado algumas luzes bem aqui no fundo.
CM: Então foram $15,99 bem gastos. [risos]
CM: E como vão vocês?
MR: Muito, muito bem. E vocês deram sorte com o tempo: foi um dia lindo.
JW: E vocês ficaram checando a previsão toda hora durante a semana?
CM: É que eu pedi para o Bono um céu de brigadeiro [?]. [risos]
JW: E ele acabou ficando com a chuva forte, não é?
CM: Mas eles estavam incríveis. O Will e eu estávamos aqui. Eu estava bem atrás porque é uma das minhas bandas preferidas e eu queria assistir o show como se eu fosse uma criança novamente.
MR: E, depois daquele show, vocês se sentiram pressionados?
CM: Sim.
MR: Porque essa relação – Coldplay e Glastonbury – tem uma reputação e tanto. Como é voltar para o festival nessa situação?
CM: Não dá para competir com o U2, então a gente nem tenta. Além do mais, a Beyoncé também vai estar aqui. A gente simplesmente está feliz por poder estar aqui.
MR: E a Beyoncé estava assistindo vocês tocarem. Qual foi a sensação?
WC: Incrível. É um lugar incrível.
CM: Nós nos sentimos muito sortudos.
JW: E como vocês levam o trabalho a cabo hoje em dia?
CM: Bom… A gente não sabe…
WC: É, ainda tem um longo caminho pela frente.
MR: Mas isso é o que vocês acabaram de dizer. Vocês me diziam que vocês costumavam assistir o Glastonbury na tevê e ficavam pensando “Bom, quem sabe um dia”. Na primeira vez que vocês tocaram aqui vocês sentiram que tinham conseguido?
CM: Sim, claro. A gente achou o almoço da viagem a melhor coisa do mundo. [risos]
WC: Toda vez que a gente vem aqui, a gente mal consegue na sorte que a gente tem em poder tocar aqui. Quando eu era um pouquinho mais jovem [risos], eu assistia o festival da tevê e ficava pensando “Que lugar incrível!”
MR: É mesmo. Eu fui expulso daqui duas vezes!
CM: Sério? A barba está te atrapalhando?
JW: Pois é, ele veio aqui disfarçado. Eu quase não reconheci que era o Mark Radcliffe.
CM:Em 1997, minha mãe tinha me mandado usar aparelho. Eu estava no trem voltando para Londres, quando o público do Radiohead de repente entrou no trem. Eu fique escondido no trem por duas horas e meia porque eu tinha 19 anos e estava com aqueles trilhos de trem enormes na boca. Naquele momento, não pareceu que algum dia a gente seria headliner do Glastonbury.
MR: E quais são os planos para o futuro? A série de shows vai continuar?
WC: A gente tem mais alguns festivais, na Europa, lugares ótimos, e vamos tentar concluir nosso álbum, que é o grande projeto da temporada.
CM: Nunca dá para saber a hora certa de concluir um álbum de jazz. [risos] Porque você pode ficar tocando e tocando…
WC: A gente estabilizou em 85 minutos.
CM: É, 85 minutos.
JW: Vocês estão sentindo um alívio imenso agora?
CM: Eu me sinto feliz.
MR: E deveria.
JW: Isso é cerveja?
CM: É cerveja à base de gengibre, sem –
JW: Ah, porque eu nunca vi você bebendo e pensei que talvez você estivesse comemorando.
CM: É porque eu estou sob efeito de LSD. [risos] Mentira, não estou, não.
MR: Will Champion, você está tocando bateria com muita mais força do que você costumava. Você me emprestou uma bateria um dia. Você disse “Você pode tocar, se você quiser, não é minha”.
WC:Eu ainda não possuo nenhuma bateria.
MR: Você é o único baterista do mundo que não possui nenhuma bateria. Um dia, vocês estavam no palco e eu te perguntei se eu podia tocar a bateria. Você respondeu “Vai em frente, a bateria não é minha; ela simplesmente apareceu no palco”. Eu perguntei como você fazia para praticar e você disse “Ah, são só duzentos shows [?] por ano. Não é tão difícil assim, não é?”.
JW: Essa é a nossa deixa para ir embora.
CM: Para todos que assistiram a gente, muito obrigado. Esse show significou muito para a gente.
JW:Esse deve ter sido o show mais importante que vocês já fizeram.
CM: O Glastonbury é o que há de mais próximo de um lar para nós e ele acontece só três dias por ano. No restante do ano, a gente é basicamente sem-teto.
Agradecimentos: Fórum Coldplaying
Problemas na tradução, é só avisar aqui.