Telescope Lens #5 (e-zine 6)

10 abril, 2011

O Telescope Lens volta com a tradução do 6º e-zine (download – novembro de 2002). A edição trata de prêmios que o Coldplay recebeu por A Rush of Blood to the Head e a turnê que se desenrolava à época, apresentações em um show beneficente. Os destaques vão para os comentário faixa por faixa que Chris faz do álbum e a entrevista com Jamie Thrave, diretor do clipe de The Scientist.

Boa leitura!

Prêmios para o Coldplay

O Coldplay recebeu um punhado de indicações para vários prêmios no mês passado.
Em Londres já ocorreram duas cerimônias, de modo que foi nos EUA que Yellow recebeu um prêmio (presença relevante em rádio, em 2001) da ASCAP – Sociedade Americana de Compositores, Autores e Editores. A banda estava no meio de sua turnê, então não pôde estar presente na cerimônia, que ocorreu em16 de outubro. A empresária deles, Estelle Wilkinson, e a Caroline Elleray, da gravadora deles, a BMG, receberam o prêmio em nome do Coldplay.

A Q Magazine realizou a sua premiação no dia 21 e, como estavam entre no intervalo entre os dois shows de Wembley, Chris e Jonny foram receber o prêmio de Melhor Álbum. Era uma história se repetindo: dois anos atrás, eles ganharam o mesmo prêmio para Parachutes. Eles tinham sido indicados para dois prêmios, Melhor artista da atualidade e Melhor Álbum.

Ciência das horas

The Scientist é a segunda música de trabalho [de A Rush of Blood to the Head]. O clipe da música foi filmado em Londres, pouco antes do início da turnê. Chris teve que aprender as letras de trás para frente devido ao conceito do vídeo. A história começa com um acidente de carro em que Chris sobrevive, mas sua acompanhante, não. O clipe se inicia com o desfecho do evento e, já que Chris canta ao longo de todo o clipe, ele teve que aprender as letras de trás para frente para que imagem e som ficassem sincronizados.

Jamie Thraves, que foi responsável pela versão estadunidense de Lucky Man, do The Verve dirigiu o vídeo. (Veja entrevista [abaixo]).

Clocks será o segundo single a ser lançado nos Estados Unidos.

Não apenas A Rush Of Blood To The Head vendeu cerca de 500.000 cópias até o momento nos EUA, como Parachutes também foi paulatinamente voltando para as paradas de sucesso, em função da nova temporada de shows. Parachutes já ganhou disco de platina seis vezes no Reino Unido.

Chris e Jonny fazem ponta em filme da banda Ash

Chris e Jonny estão no elenco do próximo filme de terror da banda Ash, que se chama ‘Slashed’. A banda baseou o filme em sua mais recente turnê pelos EUA. Ocorre uma série de assassinatos sangrentos, os quais são investigados por Chris e Jonny, que estréiam nos papéis dos deterives Sherbet Bones and Datsun Ford, respectivamente.

O filme estará incluído em um novo DVD do Ash, que está previsto para ser lançado em janeiro. Chris interpreta um detetive mundialmente famoso e Jonny, seu ajudante, ambos do FBI.

Você pode ver mais notícias no www.ash-unofficial.com.

Turnê pelos EUA

A recente turnê dos Estados foi recebida com grandes elogios. O show cancelado em Atlanta atraiu muita atenção da mídia. Devido às condições meteorológicas adversas, o show teve de ser cancelado. Isso deixou muitos fãs desapontados. Como consolo, Chris e Jonny fizeram um show improvisado no estacionamento. Eles tocaram versões de Yellow, Green Eyes, Shiver e In My Place, entre outras.

Mais tarde naquela noite, os rapazes foram ver a banda irlandesa The Frames.O Ash, que vinha abrindo os shows do Coldplay nos Estados Unidos, fez um shows mais tarde e o Chris se juntou a eles para cantar Shining Light. No final do show, todos se juntaram para tocar Lovely Day, clássico de Bill Withers.

O show cancelado vai ser reagendado e a nova data será anunciada no site.

De volta para casa

O Coldplay já havia feito shows para públicos grandes antes, mas essa é a primeira turnê em arenas pelo Reino Unido. A maior platéia foi a do show na Manchester Evening Arena, com capacidade de mais de 15.000 pessoas, que foi gravado pela MTV. […]

Essa turnê começou em Glasgow e também levou a banda para Newcastle, Birmingham, Nottingham, Brighton, Bournemouth, Plymouth, Port Talbot, Londres, Belfast e Dublin

Fairplay

No dia 29 de outubro, diversos artistas participaram do evento beneficente no Astoria, em Londres [há vídeos na internet]. Entre as atrações principais, estavam South, Lamb, Idlewild e Ms Dynamite. Os convidados especiais foram anunciados na semana anterior: Noel Gallagher, Chris Martin e Jonny Buckland.

A perfórmance de Noel Gallagher foi bem recebida e os relatos informam que o show só começou mesmo a partir daí. Quando Noel terminou sua apresentação, Simon Pegg e Nick Frost subiram no palco e fizeram um esquete humorístico.

Depois, foi a vez de Chris e Jonny, que foram recebidos por uma ovação. Chris, em seguida, falou o seguinte sobre se apresentar depois de Noel: “É como ter permissão para subir no palco só após a sexta banda ter saído para fumar um cigarrinho”. Eles, então, tocaram versões acústicas de In My Place, Don’t Panic (com Simon Pegg fazendo a parte da gaita) e The Scientist.

Na seqüência, Chris apresentou Ms Dynamite e eles começaram a cantar It Takes More, com Jonny na guitarra. Depois, foi vez de um dos destaques óbvios da noite, Ms Dynamite e Chris cantando Three Little Birds, Bob Marley, com Jonny na guitarra. Eles logo emendaram com Dy-Na-Mi-Tee, com Chris fazendo a segunda voz. Noel voltou e tocou guitarra no restante do show; Yellow. Eles seguiram com um côver de Stop Me if you Think You’ve Heard This One Before, do The Smiths, seguido por Live Forever. Chris assumiu o piano para uma perfórmance solo de Many Rivers to Cross, que ele já tinha cantado na Trafalgar Square, quando a campanha Make Trade Fair foi lançada.

O final foi Whatever, metamorfoseada com Octopus’s Garden, dos Beatles. Chris disse que era a melhor noite da vida dele.

[veja no e-zine links para download de um protetor de tela/screensaver de The Scientist]

Chris comenta A Rush Of Blood To The Head faixa por faixa

O A Rush Of Blood To The Head tem levantado as questões costumeiras de significação, concepção e inspiração. Aqui Chris nos aproxima de uma interpretação possível.

Politik
Queríamos uma música em que pudéssemos tocar nossos instrumentos o mais alto possível e dispensar a idéia de fragilidade.

In My Place
É sobre a sua posição em relação ao mundo, e como essa posição é dada a você e como você tem que lidar com ela.

God Put a Smile Upon Your Face
Essa veio quando estávamos tocando ao vivo; estávamos querendo alguma coisa com mais ritmo. Estávamos realmente começando a curtir mais artistas como PJ Harvey e Muse, que têm um pouco mais de energia.

The Scientist
Essa é sobre garotas, simples assim. É estranho que, o que quer que esteja na sua cabeça, seja a queda da economia global, sejam terríveis problemas ambientais, o que sempre fica mais na sua mente é a pessoa que você gosta.

Clocks
Essa é a música mais nova do álbum. Gravamos ela muito, muito rápido. Essa foi inspirada pelo Muse.

Daylight
Essa foi gravada incrivelmente rápido. The Scientist, Clocks e Daylight foram gravadas e escritas muito rápido, em Liverpool. Eu não sei onde elas vieram. É simplesmente impossível entender como elas surgiram.

Green eyes
É sobre um amigo meu americano, que cuidou de mim quando eu estava sendo mais ou menos um idiota.

Warning sign
É apenas uma música boba sobre uma menina.

A Rush of Blood to the Head
É uma homenagem a Johnny Cash, o maior. Ele, Dylan e Hank Williams são simplesmente os melhores com uma guitarra. E eu realmente queria cantar uma música [com voz] mais grave.

Amsterdam
É estranho como essa música foi se formando porque eu nunca realmente prestei muita atenção nela. Essa foi provavelmente a música que levou mais tempo para compor, apesar de ser a mais simples das músicas.

Entrevista com Jamie Thraves, diretor  do clipe de Theo Scientist

Jamie Thraves começou sua carreira em direção no início dos anos 90. Se graduou na Hull Polytechnic, em 91, com um bacharelado em artes gráficas e especialização em direção. Ele faz parte de elenco de diretores da Oil Factory, que também é a casa se Sophie Muller, que dirigiu Trouble e In My Place.

Os vídeos de Jamie incluem Charmless Man (Blur), Catch The Sun (Doves), So Why So Sad (Manic Street Preachers ) e Just (Radiohead), pelo qual recebeu elogios conclusivos. Jamie não apenas foi indicado no MTV Video Breakthrough e no Brit ambos na categorias de melhor vídeo, como ele ganhou um prêmio MVPA [Music Video Production Association].

Ele escreveu e dirigiu uma série de curtas-metragens e concluiu seu primeiro longa-metragem, The Down Low, em 2001, que foi recentemente exibido no Edinburgh International Film Festival.

Como você conseguiu entrar no ramo da produção de vídeos de música?
Eu comecei fazendo curtas-metragens, mas eu tinha feito vídeos de bandas menores na RCA (Royal College of Art). Basicamente, alguém tinha visto o meu trabalho e me colocou em contato com a Oil Fabric. Na época, a tônica dos meus vídeos não eram muito a narrativa, mas já sido assim – elas ficam muito elegantes e enxutas, [mas] um pouco vazias. Eu queria trazer o elemento de curta-metragem para os meus clipes.

Como você conseguiu o emprego com o Coldplay, já que Sophie [Muller] já tinha trabalhado com eles?
Não me lembro como consegui o trabalho. Os encarregados tendem a não ficar enviando material para um monte de diretor, mas eu não sei como o trabalho acabou chegando nas minhas mãos. Eu apresentei a minha idéia e depois saí de férias por 5 semanas. Enquanto eu estava fora, ouvi que eles estavam interessados.

Você tem já tinha pensado o conceito do clipe para The Scientist antes do trabalho ser designado para você?
Tenho que admitir que já tinha a idéia antes de fazer esse vídeo em particular. Era muito diferente, mas eu não podia acreditar: quando ouvi a música, ela só expandia a idéia. Tinha um elemento de final feliz somado a uma emoção agridoce. Foi o que aconteceu com Just [do Radiohead]. Eu acho que às vezes uma idéia e uma música misturam-se como num casamento e eu não tinha como deixar passar essa oportunidade.

O quão difícil o projeto se revelou?
Foi incrivelmente difícil, de rachar a cabeça. Era para ser um video de trás para frente, por isso, basicamente, eu tinha que trabalhar no de trás para frente também. Eu tive que visualizar os ângulos de câmera e raciocinar em que sentido exatamente filmar o Chris. Eu tive que visualizar os movimentos das câmeras e então… Revertê-las. Foi de queimar os neurônio. Apesar de ter sido tão cansativo e estressante, foi muito divertido. Estou muito satisfeito com o resultado final.

Quanto tempo demorou o processo?
A partir da apresentação da idéia? Quando eu voltei de férias, eu praticamente mergulhei de cabeça no projeto. Demorou um mês de preparação e depois mais duas semanas. O Chris demorou um mês para aprender a letra de trás para frente, creio eu.

Esse conceito já tinha sido usado antes. O que faz a sua versão tão diferente?
Quando eu tive a idéia, eu sabia que ela já tinha sido executada, especialmente pelo grande Spike Jonze, em seu vídeo para o Pharcyde [com a música Drop]. A minha idéia era fazer uma narrativa de trás para frente. Passei muito tempo pensando sobre o fato de que, se você assistir o clipe rebobinado, a história também faz sentido. Tive tempo o bastante para fazê-lo e ele foi gravado quase todo de uma vez só. A primeira cena que foi filmada foi a do final, no carro.

Onde o vídeo foi filmado?
Ele foi filmado em uma série de lugares. Em Camden, em um imóvel perto do cais. Em Kentish Town, na parte em que o Chris está andando pela rua, a Kentish High Street. A cena do carro foi em Farnham, Boreham Wood ou Bournewood (Bourne Woods, Farnham, Surrey), eu não tenho certeza, mas era o mesmo lugar em que Gladiador foi filmado.

Por que o restante da banda não incluído?
Originalmente, era apenas uma história com um personagem, que não seria ninguém da banda, mas o Chris é um ator tão bom, que fazia sentido usar Chris. Ele estava um pouco cético e estava preocupado se a coisa toda não ia ficar meio brega; ele não estava muito seguro com a idéia de ter uma atriz fazendo o papel de sua namorada e ele teve a impressão de que alguns dos versos não combinavam com a história. Ele acha que os versos são mais otimistas. Eu falei para ele que o clipe não necessariamente tem que ter alguma coisa a ver com a música. Eu acho que o vídeo é emotivo e que ele mantém a atenção do espectador. Você não está esperando pelo que vai acontecer.

Quem é a atriz no vídeo?
É a Elaine Cassidy, uma atriz irlandesa que eu admiro. Ela esteve em algumas produções. Eu a vi em Felicia’s Journey, com o Bob Hoskins, Disco Pigs e, recentemente, com Nicole Kidman em The Others.

E, por fim, quais são os planos para o futuro? Vídeos ou filmes?
“Eu vou fazer mais filmes, mas eu acho que vou fazer vídeos estranhos também.

A sua voz

Apesar de essa ser a seção de resenhas e, é claro, haver o fórum [costunava haver um fórum no Coldplay.com] onde os fãs podem expor suas opiniões, a última edição da publicação eletrônica pediu aos fãs para compartilhar idéias sobre o novo álbum. Aqui estão alguns dos pontos de vista expostos.

  1. 06 de agosto de 2002 – Paradise Rock Club
    Graças ao Coldplay e à atmosfera de despreocupação e intimidade absolutos do Paradise Rock Club, eu tive o melhor momento da minha vida! Acho que o destaque da noite foi definitivamente See You Soon. Eu acho que essa é a música mais bonita. Eu estava muito animado para ouvir ao vivo. Ela foi tocada com muito amor, com certeza. The Scientist e Life is for Living são as minhas outras favoritas.
    Obrigado, Coldplay.
    Muito amor – Lori Murphy
  2. Foram necessárias mais do que duas ouvidas para que eu realmente começasse a apreciar o novo álbum. Soou muito diferente no início; não que a sonoridade seja muito diferente da de Parachutes, mas eu não tinha certeza se isso era uma coisa boa nas primeiras vezes que ouvi [o álbum]. Mas não demorou muito para eu começar a gostar. Se você ouvir Unforgettable Fire, do U2, logo após ouvir October, é meio como ouvir A Rush of Blood logo após Parachutes: é essa a diferença que eu estou tentando expressar. A banda parece estar evoluindo, as composições estão mais robustas, e o álbum é um reflexo incrível disso. É incrível para mim que este é seu segundo álbum e eu acho que, para aqueles que ainda tinham alguma dúvida em sua cabecinha, eles provaram o grau surpreendente de talento que eles têm.
    Obrigado, Ashley Campos
    Dallas, Texas
  3. Comprei [o álbum] no dia que ele foi lançado, ouvi imediatamente e me apaixonei por ele. Não tem uma só música que eu não goste. O álbum todo é ótimo. É um conjunto fabuloso, poderoso e belo, e eu estou contente que ele tenha sido lançado para o mundo
    Atenciosamente,
    Megan Dulkinys
  4. gemma curry, Irlanda do Norte, 17
    música preferida: Shiver
  5. O ansiado sucessor de Parachutes chegou. Valeu a pena esperar? Sem dúvida … sim. Na minha opinião, arobtth merece o enorme sucesso que alcançou não só no Reino Unido, mas também em todo o mundo, porque ele todo é bom e, ao contrário de outras bandas, o Coldplay progrediu em relação à sua estréia de maneira impressionante. Tenho 30 anos, moro em San Diego, e me tornei fã após o clipe de Yellow ter sido exibido nos EUA. Eu amo a sinceridade da música deles e o fato de que ela hesita diante do modismo. Muito revigorante. O novo álbum é maravilhoso. Ele tem o suficiente de rock e consegue equilibrar amor e suavidade na maioria das letras. Lindo!
    Obrigado, Eggold Joelle
  6. Meu nome é Anne Johnson. Eu tenho 32 e vivo em Atlanta, Georgia. O [A] Rush [of Blood to the Head] mostra que a música do Coldplay ganhou maturidade e tem mais musicalidade do que Parachutes. De modo geral, é um grande álbum, que estará provavelmente no meu ‘top 5’. O único problema que tenho com o álbum é que ele é menos coeso que Parachutes. Rush é mais difícil de ouvir seguido, o que provavelmente é uma questão de seqüenciação do que outra coisa. Música favorito do álbum: God Put a Smile upon your Face. Música que menos gosto: Green Eyes. Não é nada pessoal, mas os britânicos simplesmente não são folk.
  7. Depois de ouvir Parachutes sem parar desde o seu lançamento, em 2000, eu estava completamente animada para ouvir o novo álbum. Embora, eu devo confessar, também tenha ficado um pouco nervosa. Eu tinha dúvidas de que o segundo álbum pudesse ser tão surpreendente quanto o primeiro. (Eu descobri que isso se tornou um padrão com algumas das minhas bandas favoritas). Mas eu estava completamente enganada e A Rush of Blood to the Head provou ser tudo o que eu jamais poderia esperar e muito mais! O álbum está quase além das palavras para mim. Cada música tanto letra quanto melodia inesquecíveis e todas são excepcionalmente diferentes umas das outras. Enfim, eu tenho que dizer que fiquei encantada com o novo álbum. Obrigada Sarah, J. Lekander
    (22, Minneapolis, Minnesota)
  8. Eu achei que seria uma boa idéia compartilhar minhas impressões sobre como Coldplay está se saindo aqui nos Estados Unidos. Eu sou um grande fã desde 2000, quando ouvi eles enquanto estudava no exterior, na Dinamarca. Quando voltei, tive o prazer de ouvir Yellow no rádio. Eu acho que o sentimento aqui é que A Rush of Blood to the Head é um álbum triunfante que mostra como Coldplay tem crescido. Não tenho nenhuma dúvida que o Coldplay vai ter um grande destaque aqui nos Estados Unidos.
    Tudo de bom, Sharlene

Confira aqui os demais e-zines.
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