Coldplay Interestelar!

06 dezembro, 2009

Em contagem regressiva para os shows que o Coldplay fará em fevereiro e março do ano que vem em terras sul-americanas, o Viva La Coldplay traduziu um artigo de autoria de Neil Bennet que fala sobre como o estúdio Hello Charlie ajudou a banda a unir sua música a efeitos especiais.

Coldplay Interestelar!

Existem opiniões contrastantes em relação às contribuições musicais do Coldplay, porém, sua última turnê mostrou que quando o assunto é espetáculo visual, a banda pode ser tudo, menos tediosa.

O quarteto foi apoiado por um magnífico arsenal de animações em grande escala criado pelo estúdio Hello Charlie, de Bristol. O Estúdio ajudou a banda a fazer performances que lotaram estádios tão grandes como o de Wembley.

Hello Charlie foi abordado para fazer parte do projeto pelo diretor criativo do Coldplay e quinto membro não-oficial, Phil Harvey. A agência havia ajudado no pequeno projeto da banda em sua performance no Brit Awards no começo do ano e possui uma rica experiência em criar efeitos visuais para grandes artistas, incluindo Muse, Queen, The Who e Robbie Williams.

Os efeitos visuais serviriam como pano de fundo para 5 músicas – Life in Technicolor (intro Violet Hill), Lovers in Japan, Speed of Sound, Glass of Water e Life in Technicolor II – e como ‘cortina digital’ para ser usada em vários momentos no decorrer do show, como no momento anterior ao bis.

Os filmes foram exibidos em uma gigante tela emissora de luz (LED) que possui a largura de um campo de futebol.

A introdução começa no espaço antes de mostrar a Terra em zooms do continente, país, cidade e então do estádio onde o show está sendo realizado. Isso proporciona a noção de que cada show é único, ao invés de ser considerado apenas parte da turnê, o que ajuda a platéia a se sentir especial por estar lá.

O tema cósmico reaparece em vários momentos – primordialmente em Speed of Sound. Isso transporta os espectadores a uma jornada pelo sistema solar aonde as estrelas se fundem em um formato ocular que se transformam em uma supernova e preenchem a tela em flamas.

No entanto, outras partes do show oferecem estilos completamente diferentes. Lovers In Japan usa uma série de imagens de arquivos e animações pelos telões que ficam ao fundo do palco.

Estes telões variavam em tamanho e foram usados em ‘janelas’ diferentes devido ao efeito visual aleatório e para evitar usá-los em tamanhos que não ficariam bem visualmente.

Para a última música do show, Life in Technicolour II, Hello Charlie pegou a arte do álbum Viva La Vida e tratou-a com pinhões e efeitos de projeção para criar um efeito visual vibrante, experimental e profundo.

Por trás das escolhas destes estilos, estava um desejo de amarrar os efeitos visuais a cada música, ao invés de usar um tema dominante. Hello Charlie recebeu carta branca para desenvolver conceitos visuais do zero, como explicou o diretor criativo Jason Mullings.

Encontros Breves

“Tivemos muita sorte em não termos nenhuma guia para seguir”, ele diz, “o que nos proporcionou total expressão criativa. Partindo de nossas propostas originais, havia um constante fluxo de idéias desenvolvidas a partir de uma série de mudanças, efeitos visuais e reuniões.”

Para os efeitos visuais que abririam o show “nós tivemos que produzir um constante movimento pelo espaço, inicialmente seguindo um satélite em sua jornada para o espaço”, explica Andy Power, chefe de computação gráfica da Hello Charlie, “e depois usando zooms por todo o caminho até o estádio em que o Coldplay estiver tocando naquela noite.”

“Imagens reais de satélite de cada estádio e de suas redondezas foram usadas para que pudéssemos encerrar a animação apenas alguns metros acima de cada estádio.

Mullings e sua equipe se encontraram com a banda diversas vezes para mostrarem o progresso de seu trabalho, obter feedback e ajuda para refinar os filmes e aproximá-los da grandiosa visão da banda.

“Geralmente falando, as idéias não mudaram muito do que tínhamos em mente”, revela Mullings. “Foi mais um caso de melhorar aqueles conceitos conforme eles progrediam.”

Ele segue: “O maior desafio criativo foi o de interpretar as músicas do jeito certo, captando a vibração e a estética e tendo empatia com a visão da banda. Nós estávamos mesmo criando um imenso pano de fundo musical que amplificava cada performance sem tirar atenção da música.”

Os filmes tinham de ficar claros e cristalinos para tanto os fãs nas fileiras da frente como para aqueles no fundo do estádio, então eles foram criados em uma resolução de 2x000x500 pixels. Hello Charlies criou elementos 3D em Maya e Cinema 4D, e aplicou VFX na pós-produção. Aonde foi necessário, a Hello Charlie editou elementos usando Final Cut Pro.

“Nós usamos cada pedaço de software disponível para criar a maior diversidade e interesse visual possível,” explica Mullings.

A equipe passou os filmes para o pessoal de palco em formato QuickTime que foram tocados em sistemas locais. Eles foram sincronizados com a música graças a marcação de tempo providenciada pelo baterista Will Champion.

Mullings revela que seu maior motivo de orgulho é “a maneira como tudo encaixou e o Coldplay ter achado que fizemos jus a sua música. Foi um grande privilégio trabalhar com um grupo de artistas que possui tamanho apelo global em uma época em que eles são literalmente uma das maiores bandas do planeta.”

Neil Bennet

FonteDigital Arts Online

error: Content is protected!