Guy: “Estar no palco é simplesmente demais”

26 novembro, 2008

Coldplay.com bate um papo com Guy em Budapeste [24/set/08]

Em entrevista ao site oficial da banda, nosso baixista fala sobre fotografia, A-Ha e, como é hábito, da turnê Viva La Vida:

Olá, Guy, como vão as coisas?
Muito bem, obrigado. No momento, estou em Budapeste, que é um território inexplorado para mim. É muito estimulante estar em um país desconhecido.

Você vai ter tempo para dar umas voltas e conhecer o lugar?
Bom, vamos para Viena amanhã, às duas da tarde, então vou ter a manhã para ir a algumas lojas de antigüidade e comprar a maior quantidade de quinquilharias que puder.

Esses são os seus procedimentos regulares quando você está em turnê?
É. Comprei um gramofone em Praga hoje, bem como alguns livros de alguns fotógrafos tchecos. Gosto de sair procurando coisas que não podem ser compradas na Inglaterra.

Após uma longa turnê, você volta para casa com a bagagem abarrotada?
Sim, cheia de livros, em particular.

O gramofone que você comprou funciona?
Funciona de verdade. Por outro lado, tenho que arranjar gravações adequadas para ele. A que eu usei para testá-lo estava sujo e riscado.

Ele toca 78s?
Acho que sim.

Talvez você devesse contatar para a Parlophone e checar se eles podem lançar uma versão especial de Viva La Vida.
Na verdade, isso não é uma má idéia!

Parece que você tem tirado um bocado de fotos, não?
Realmente. Tiro fotos em todo lugar que vou, na Inglaterra ou em outro país, de qualquer coisa que me interesse. E estou definitivamente pensando em tirar muitas fotos nessa turnê e organizar as melhores em alguma publicação. Se ela vai ser lançada em breve ou em dez anos é algo que teremos de esperar para ver.

A banda não deve ficar muito intimidada quando é você que está com uma câmera.
É verdade, assim posso tirar fotos de vários momentos que outras pessoas encontrariam mais dificuldades.

Que tipo de câmera você usa?
Uma Leica M7, que utiliza filme fotográfico.

Das antigas!
De fato. Não dá para superá-las.

Você espera até chegar em casa para revelar os filmes?
Sim, eu geralmente tiro fotos ao longo da turnê e, assim que volto para casa, levo os filmes para revelar.

Ver as fotos reveladas deve ser excitante.
E é! Parece uma manhã de Natal.

Por que você persiste com os filmes e não usa uma digital?
Pelo simples fato de eu acreditar que, com máquinas digitais, você tira uma quantidade muito grande de fotos péssimas que não te deram trabalho algum. E mais: todos tiram fotos assim, hoje, então é diferente tirar fotos que se destaquem assim.

Qual é o lance de tentar tirar fotos com os seus pés?
Bom, eu ainda não dominei a técnica, mas estou tentando instalar algumas câmeras perto do palco e que posso colocar em funcionamento à distância. Estou só modificando algumas coisas de infra-vermelho para adicioná-las aos meus pedais e tirar fotos enquanto estamos todos no palco. Creio que não estamos muito longe de conseguir isso.

Você aprende muita coisa com os fotógrafos que trabalham com a banda?
Não exatamente. Acho que o melhor jeito é de aprender a tirar fotografias é na prática. Você pode ler sobre o assunto, mas a questão é partir para a ação mesmo e analisar a diferença de resultados dos diferentes métodos.

Você tem um fotógrafo favorito?
Há tantos. Tenho muitos e muitos livros sobre o assunto. Extraio idéias de todos eles, não de apenas uma pessoa.

É algo que você gostaria de fazer profissionalmente?
Para falar a verdade, estou curtindo tirar fotos sem estar sob nenhuma pressão. Só estou tirando fotos para mim. A idéia de ter um cliente e ter de fotografar por alguma razão específica não é algo que me atrai muito.

Vimos que seu amigo Magne juntou-se a vocês no palco, em Oslo. Como vocês se conheceram?
Conhecemos o A-ha alguns anos atrás em Barcelona e mantivemos contato com eles, em particular com Mags. Ele é sempre acolhedor para conosco quando visitamos a Noruega.

Parece que a versão de Hunting High and Low que ele e Chris fizeram caiu muito bem.
É mesmo. Obviamente é a casa do A-ha e o público foi realmente muito receptivo.

E você formou Apparatjik com Magne para compor uma música para o programa Amazon. Como isso aconteceu?
Na verdade, foi a idéia de um amigo em comum, Martin Terefe, um produtor. Escrevemos e gravamos essa música em um estúdio bem pequeno em Copenhagen, em umas três horas, por isso ficamos tão surpresos em ver que a sua recepção foi tão positiva. Nem ao menos ouvi a versão final. E ainda não estou certo da pronúncia correta do nome da banda!

Os outros rapazes disseram ser esta a melhor turnê que vocês já fizeram. Você concorda?
Aham, a turnê tem ido muito bem mesmo. Todos têm aproveitado o máximo das cidades que visitamos, o público tem sido incrível e acho que estamos tocando tão bem juntos, de um modo que nunca fizemos. Tem sido realmente muito bom. Estamos numa fase em que estamos adorando subir aos palcos porque não temos mais nenhuma outra preocupação, senão aproveitar ao máximo esse momento. É o estágio em que tocar chegar a ser quase uma ação involuntária. É uma sensação ótima.

Que tipo de baixo você usa?
É um Fender Precision Bass. Flertei com outras, mas você sempre volta para aquele que mais ama.

Em turnês passadas, a banda usou a passagem de som para trabalhar em novas músicas. Isso é algo que você têm feito ultimamente?
Ainda não porque, na verdade, há algumas músicas que já gravamos e que estamos tentando desenvolver no palco; ou seja, ainda não começamos a trabalhar em novas músicas ainda. Além disso, acho que há o risco de compor músicas demais enquanto você ainda está em turnê porque você vai para o estúdio com essas idéias pré-fabricadas, o que pode te deixar um pouco travado durante o processo de gravação. Dessa forma, estou torcendo para evitarmos fazer isso dessa vez.

Ficamos sabendo por meio de Roadie#42 que vocês têm tocado músicas do Oasis no lugar.
É verdade. Oasis de fato marcou presença um dia desses. AC/DC também aparece com freqüência. E nós brincamos com muitas outras coisas -eu assumo a bateria enquanto Will, o baixo, e tocamos Stone Roses ou algo do tipo.

Parece que vocês têm se divertido.
Sim, acho que é justo dizer que estamos todos revivendo os velhos e bons tempos.

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