Antes do show na Arena Red Bull (no dia 13/09), na Alemanha, o baterista Will Champion deu uma entrevista para o site LVZ Online. Ele falou sobre como é tocar em Leipzig novamente, a parceria com Rihanna, Mylo Xyloto e as atuais influências da banda. Clique em leia mais para ler a entrevista completa.
Entrevistador: O Coldplay vem se tornando cada vez maior. Você acorda as vezes com medo de toda essa gigante bolha algum dia estourar?
Will Champion: Algo assim. Eu acordo e não consigo acreditar que esta é minha vida. Ainda é estranho para mim, porque, por outro lado eu vivo uma vida muito privada. Muitas pessoas não sabem quem eu sou. É muito agradável, por um lado, eu posso experimentar coisas incríveis com o Coldplay – e depois voltar para casa e viver em paz com a minha família.
Entrevistador: Você parece realmente ser bastante tímido, o tipo introvertido que se desloca no palco. Ilusão de ótica?
Will Champion: É verdade, todo mundo é realmente bastante tímido. Mas quando estamos juntos fazendo música, algo acontece. Tudo o que de outra forma não nos atrevemos a dizer, ganha luz através da música. Estar na banda nos mantém saudáveis. Não seria o mesmo se alguém estivesse faltando.
Entrevistador: Chris Martin diz que todos os membros da banda tocam apenas para você, o baterista. Você acredita nele?
Will Champion: Não, ele gosta de dizer coisas como essa. É a combinação de nós quatro que nos faz tão único. Estamos todos servindo o grupo.(Todos nós somos servos do grupo).
Entrevistador: Seu álbum atual é chamado de “Mylo Xyloto”, uma palavra que não existia antes. Isso é uma metáfora para o desejo de criar algo completamente novo?
Will Champion: “Definitivamente. Ele nos fez livres para trabalharmos num cavalete e uma tela em branco. O que é isso? As pessoas perguntavam quando falávamos sobre o título. Exatamente o que queríamos ouvir. Porque esse era o ponto. Nós queríamos criar um mundo completamente novo de cor, música, sons e energia.”
Entrevistador: Em Mylo Xyloto, existe um dueto com Rihanna. Por que?
Will Champion: Porque nós tínhamos uma música que pedia uma cantora. Nós discutimos intensamente quem deveria cantar a parte feminina em Princess of China. No final, nós dissemos: Se quisermos ter uma voz feminina no álbum, ela deve ser a melhor. Rihanna é uma cantora fantástica, muito popular. Aliás, ela parece mais áspera, mais emocional do que ela está acostumada a soar. Cooperação era algo que você não esperava dela e de nós. Nós já somos uma banda com um bom tempo de estrada – então já não é tão fácil fazer algo inesperado. Nós queriamos manter nossos pés no chão.
Entrevistador: É claro que, também aperfeiçou a questão parceria-marketing. Muitos que até agora só conheciam Rihanna, passaram também a ouvir Coldplay – e vice-versa.
Will Champion: Essa não era a intenção, mas estamos satisfeitos com o efeito colateral.
Entrevistador: Alguns anos atrás em 2005, você havia tocado na Arena. Leipzig é para você apenas mais um lugar onde você tocou suas músicas e onde elas serão celebradas?
Will Champion: Bem, a muito, muito tempo atrás nós iriamos fazer uma peformance como uma das várias outras bandas do “Rolling Stone Roadshow”. Nós eramos muito jovens, na estrada com um monte de pessoas no ônibus. Estávamos cansados, doentes, tivemos uma época difícil como banda. Foi apenas em Leipzig onde cancelamos nossa apresentação (era 7 de Dezembro de 2000, Haus Auensee) e decidimos cancelar a turnê. Na época eu pensei: Cara, você realmente precisa ser resistente para sobreviver em uma banda. Essa turnê, esse show cancelado em Leipzig foi uma chamada de atenção para nós. Você não pode esperar chegar ao topo de imeditado, você tem que trabalhar duro para isso. Chegar em Leipzig novamente também significa, finalmente, trazer esse espírito de volta.
Entrevistador: “Coldplay” é totalmente contrário ao seu significado literal, sinônimo de emoção e paixão. Como você consegue chegar a esse humor quando está escrevendo?
Will Champion: Para nós, é tudo sobre a honestidade. Nós farejamos (descobrimos) rapidamente se algo não for autêntico ou sincero. Nas nossas músicas, nós queremos transmitir emoções. Se algo não é honesto, se torna errado,para os ouvidos, para o corpo, em todos os lugares.
Entrevistador: Como o baterista, você tem uma canção favorita do Coldplay?
Will Champion: Atualmente, é “Charlie Brown” do álbum novo. É direta, simples – E muito gratificante e poderosa. Eu sempre gostei de tocar “The Scientist”. Eu consigo respirar bem durante essa música e se concentrar nesse adorável groove relaxante.
Entrevistador: Eles dizem que estamos nos ombros de gigantes. Em que ombro musical o Coldplay se encontra?
Will Champion: Como banda, nós estamos em cima de tudo o que havia antes de nós. Tudo que ouvimos, nos inspira, nos interessa, nos faz curiosos: Como é que eles produziram esse som? As grandes bandas de nossa geração, claro, nos influenciou. Oasis, Blur, Nirvana. Últimamente, no entanto, estamos todos nos encontrando sobre os ombros dos Beatles.
Entrevistador: E a música folk? [ou música popular]
Will Champion: Eu cresci com ela em casa. Na música folk, como na nossa música, não é sobre produções chamativas ou de material estiloso, mas é sobre o coração de uma música. A melodia e as letras. Eu gosto de dance music e hip-hop, mas uma boa música significa tudo para mim.
Entrevistador: Provavelmente não é tão fácil ser uma das bandas mais bem sucedidas do planeta. Como você lida com a pressão?
Will Champion: Existe a pressão que fazemos a nós mesmos, em tentar fazer o máximo de nós. Mas agora, nós chegamos a um ponto em que estamos muito satisfeitos com o que somos e o que fazemos. Acho que a pressão é criada, quando você não está em paz consigo mesmo. Nós amamos o que fazemos. Nós não sentimos expectativas do lado de fora. Nós somos como quatro caras loucos longe do casamento. Felizes, cheios de energia.
Entrevistador: Soa como se o Coldplay fosse continuar por muito mais tempo.
Will Champion: Vamos chegar em Leipzig primeiro!
Agradecimentos: Coldplaying.com