Bem-vindos a mais um Telescope Lens. A edição #3 fica com a tradução do 4º (e não do 3º) e-zine. Quando da publicação do 3º e-zine (download), o Coldplay tinha acabado de lançar seu segundo álbum, A Rush Of Blood To The Head e estava iniciando a turnê homônima. Dessa forma, o terceiro e-zine, de uma página, contém informações sobre a aquisição de ingressos para a turnê.
O quarto e-zine (download) segue com a temática, mas com uma publicação completa. O conteúdo da edição se constitui de um relato geral dos shows feitos àquela altura e uma entrevista com Jonny Buckland! O quarto e-zine foi publicado em julho de 2002.
Resumo das últimas apresentações ao vivo
A mini-turnê no Reino Unido veio e já foi embora. Quem conseguiu ver qualquer um dos shows vai certamente confirmar que o Coldplay não deixou ninguém na mão e também que a banda superou as expectativas como atração principal [headline] no Glastonbury.
Os shows foram o marco de um Coldplay mais maduro, mais obscuro e mais preciso. Dá para sentir a evolução que há entre os seus primeiros passos e as perfórmances inegavelmente majestosas de agora. Aqui está uma banda que se desenvolveu em si mesma. E mesmo antes de seu segundo álbum ser lançado, eles tocaram como se já tivesse cinco gravações na bagagem.
A apresentação foi impecável e contou com uma dosagem acertada de músicas antigas e músicas novas. Cada música foi recebida com os aplausos e gritos de uma platéia encantada.
O show de abertura foi no Queens Hall, uma antiga casa de espetáculos de Edimburgo. Após uma longa ausência, foi uma grande emoção ver o Coldplay em um show tão intimista. Politik foi o início perfeito, com as luzes piscando no ritmo da bateria do Will, que estava posicionada ao lado direito do palco. Chris e seu piano estavam no centro, o Jonny, à esquerda e, à direita, Guy.
O show continuou com Shiver e Spies – com uma introdução diferente e bem descontraída – e terminou com o Chris ao piano, abrindo caminho para Daylight, uma música animada, com um riff de cair o queixo, que lembra bastante o Echo and the Bunnymen – que o Chris citou publicamente como uma influência marcante na gravação de A Rush Of Blood To The Head.
Quase sempre, o Chris dava um olá e ficava conversando antes de Trouble, que era freqüentemente interrompida para chamar a atenção do público (para que acertassem a letra) ou apenas para bater um papo.
A sexta música, One I Love, é o b-side de In My Place e, novamente, trata-se de uma música agitada, à la Echo and The Bunnymen /U2. É à essa altura que quatro telas ao fundo são descortinadas, com tomadas à curta distância e em preto e branco da banda.
Don’t Panic foi remodelada e ganhou uma introdução nova, com Chris tocando guitarra e Jonny fazendo um solo de gaita.
Everything’s Not Lost, um hino épico, foi estendida para dar bastante tempo para a participação do público. Nos shows de Edimburgo e Liverpool, We Never Change vinha na seqüência, mas ela foi substituída por See You Soon em todos os outros shows, incluindo o de Glastonbury, onde a multidão ficou respeitosamente silenciosa.
God Put A Smile Upon Your Face era conhecida de muitos, já que ela havia sido apresentada durante a turnê anterior. Mas a música que prendeu a atenção de todos, noite após noite foi, obviamente, Yellow. No Royal Festival Hall [casa de espetáculos em Londres], um homem embriagado irrompeu no palco e começou a cantar com o Chris, que passou o microfone ao sujeito. Não obstante os esforços dos seguranças em retirá-lo dali, Chris fez um gesto para o homem para que ele continuasse, o que ele fez, até o final, ainda que desafinadamente. À essa altura, a parte do público que estava em assentos já estava toda pé e todos estavam correndo na direção do palco. A atmosfera era incrível.
A última música do repertório foi The Scientist, que é uma bela canção de amor, talvez a melhor que eles já compuseram. Eles emergem de volta para um bis, com Clocks, uma adição tardia ao novo álbum, seguida do novo single In My Place. Em Liverpool, foi neste momento que Ian McCulloch (Echo and The Bunnymen) se juntou ao Coldplay para Lips Like Sugar, deu sua própria composição, que caiu como uma luva em sua cidade natal. O Coldplay o acompanhou. A última música tem sido Life Is For Living, com Chris ao piano; o refrão final foi alongado com as palavras “In the end, there’s only us” [no fim, somos nós e mais ninguém – tradução livre]. O final certo para um retorno bem-vindo.
Entrevista com Jonny Buckland
Entrevista com Jonny Buckland no Bath Pavillion, em 24 de junho [de 2002]:
Vocês estiveram foram das vistas de todos por um bom tempo, gravando. Como foi?
Foi bem demorado, [a gravação] levou cerca de sete meses e gravamos em três estúdios. Foi bom, mas foi bastante tenso, especialmente perto do último mês mais ou menos, quando perdemos o prazo.
O que aconteceu? Vocês compuseram músicas novas que vocês queriam encaixar ou foram as músicas preexistentes dando problema?
As músicas mais novas eram a melhor parte, eram a parte mais instigante. A gente tem a tendência de concluir essas com mais rapidez. Foram as músicas mais antigas que realmente queríamos pôr no álbum, mas que não conseguíamos deixar boas. E a mixagem, também, caramba.
Qual a sua música favorita no novo álbum? (Depois de hesitar, eu desafio Jonny). Você disse Green Eyes no outro dia!
(risos) Sim, mas eu gosto de sempre ter uma preferida diferente! Eu gosto de Green Eyes, só porque ficamos gravando ela durante tanto tempo; você tende a começar a se preocupar com o quão fácil foi para gravar e foi isso que aconteceu [com Green Eyes], por isso ela tem um lugar especial no meu coração!
Tá certo. Então isso significa que há uma música você não gosta no momento porque ela foi muito difícil?
Não posso dizer!
Isso significa que sim!
(risos)
Vocês não estão tocando essa nos shows, não é?
Isso!
Muitos fãs têm perguntado por que Animals não entrou no álbum. Ela vai ser incluída como b-side de algum single?
Ela ainda não está totalmente gravada. Ela está só meio gravada, por assim dizer. E a gente não ficou lá muito animado, então não incluímos ela, mas talvez a gente faça alguma coisa com ela mais tarde.
Ela vai ser guardada para o terceiro álbum?
Não, não, eu prometo que ela não vai estar no terceiro álbum!
Há quanto tempo você vêm ensaiando para esses shows?
A gente começou a ensaiar há pouco mais de três semanas. É a primeira vez que a gente ensaia assim – bom, falando de ensaios longos. A gente não fazia isso desde antes do Parachutes ter sido lançado, então é realmente ótimo que a gente esteja conseguindo deixar tudo nos eixos.
Você está gostando dos shows?
Sim, estou gostando bastante. Nós tivemos um problema técnico um tanto estranho, mas acho que nunca tinha me divertido tanto tocando.
E quanto à gaita? (o Jonny toca o solo de gaita durante Don’t Panic)
O Chris me obrigou!
Vocês estão ansiosos com o Glastonbury? Vocês estão nervosos?
Estou muito nervoso com o Glastonbury, acho que todos nós estamos. Acho que vai ser o maior show que já fizemos, se alguém aparecer para assistir – espero que sim!
Como você acha que será o desempenho do novo álbum? Você está apreensivo, considerando o sucesso anterior de vocês?
Nem estou pensando nisso. Sentimos que fizemos tudo o que havia para fazer na gravação e demos o nosso melhor. Boa parte do que acontecer daqui para frente está basicamente fora do nosso alcance. Então, aconteça o que acontecer, sem arrependimentos.
É a terceira vez de vocês no Glastonbury. A primeira foi há 3 anos; vocês foram a primeira atração do dia, no palco das bandas iniciantes. Como você está se sentindo?
Bastante bem, para falar a verdade. Não estou me sentido demasiadamente nervoso. Trabalhamos bastante na produção para que dê tudo certo, então eu estou realmente ansioso por isso.
Algum problema técnico que surgiu durante a turnê está te preocupando agora?
Algumas coisas deram errado nos últimos shows, mas nada sério e está tudo consertado agora, então tudo deve correr sem problemas.
Qual foi o seu show favorito?
O show no Festival Hall foi surpreendente; é um local incrível e eu também adorei tocar em Truro [cidade da Inglaterra].
Eu pensei que você ia dizer Edimburgo, que é mais perto de casa.
Bom, foi meio difícil porque… Sim, é a minha cidade e foi o primeiro show, então foi difícil nesse sentido.
Você está preocupado com as pressões para repetir o sucesso nas paradas? E com possíveis críticas negativas por parte da imprensa?
Eu sinceramente não estou preocupado com nada relacionado à mídia, porque, no final das contas, nós nos empenhamos em fazer um bom álbum e eu acho que é isso que nós fizemos.
Qual é a sua música nova preferida?
Difícil dizer. Eu realmente gosto de Daylight e eu realmente gosto de God Put A Smile Upon Your Face e de Clocks também; são provavelmente as minhas preferidas no momento.
Você estava dizendo que gostava de Green Eyes, por ter sido fácil de gravar. Você também disse que tem uma música que se revelou mais problemática. Qual?
Foi difícil gravar In My Place porque estávamos tocando ela ao vivo por alguns anos, então quando a gente finalmente foi para o estúdio, a gente não sabia direito qual deveria ser a sonoridade dela. Tínhamos tantas idéias diferentes em mente, que ficou difícil gravar.
Você está feliz por estar de volta à estrada?
Sim, muito feliz.
Essa é a sua parte preferida? Dá para dizer que a parte no estúdio é estressante.
Não, eu gosto de estar no estúdio, eu gosto de todo o material técnico, mas é bom viajar um pouco e conhecer lugares e cidades diferentes.
Vocês não entram no palco antes das onze da noite. Como você vai ocupar a noite até lá?
Eu vou tentar não beber nenhuma cerveja , isso seria a melhor coisa! Eu vou relaxar no ônibus por algumas horas e, depois do show, eu provavelmente vou beber algumas cervejas.
Confira aqui os demais e-zines.
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See you soon