Coldplay.com atualiza-se com Chris em Atlanta

26 novembro, 2008

Chris pontua mais um bate-papo com o Coldplay.com com sua marcada irreverência. A entrevista foi publicada no site em 14/nov/08.Olá, Chris, como vai?
Estou bem, cara. Estou em Atlanta. Acabam de analisar minhas orelhas e também fiz uma limpeza bucal.

O que há de errado com suas orelhas e boca?
Bom, nada que esteja muito na cara, mas em toda cidade que vou, costumo parar alguma pessoa na rua para dar uma checada nas minhas orelhas.

Com que finalidade?
Gosto de perguntar o que acham de um cara de 31 anos furar a orelha. Porém, a resposta unânime é que já é tarde demais. É frustrante.

Tá certo. Vamos falar sobre o EP Prospekt’s March. Lançá-lo sempre esteve em seus planos?
Sim, a idéia sempre foi lançá-lo mais ou menos nesse período.

Então, quando vocês começaram a gravar o Viva La Vida, a intenção era compor músicas a mais?
Sim, mas elas são todas parte de uma só família. Em verdade, creio que, porque Glass Of Water é um pouco mais pesada, por exemplo, pensamos “Vamos lançar o álbum, se o desempenho dele for decente, vamos lançar essas outras músicas em relação as quais estamos não estamos tão confiantes assim”.

Teve alguma música que, por muito pouco, não entrou no Viva La Vida?
Bom, basicamente todas. Nunca pensei que não estariam [no álbum], entende? É por isso que me sinto estranho quando lembro que as pessoas ainda não as ouviram. Além do mais, foi legal ter uma chance de incluir [no EP] Lovers In Japan mixada e a versão de Lost! do Jay. Pessoalmente, é o braço direito perfeito para o Viva La Vida.

Você gostou da versão do Jay-Z de Lost!?
Aham, adorei. Ele é um cara inteligente.

Você escutou o álbum com uma mistura de músicas do Coldplay e do Jay-Z?
Viva La Hova? Não escutei, mas ouvi falar. Não fico fico olhando muita coisa na Internet, então não sei o que rola aí.

E qual é o conceito por trás da versão mixada de Lovers In Japan?
Bom, ultimamente, ao vivo, essa música está melhor que na gravação. Isso moldou a versão Osaka Sun, a qual tem um pouquinho mais de vivacidade. Estou extremamente contente com o EP, devo dizer. E posso dizer que é porque não há a mesma pressão que envolve o lançamento de um álbum. Acho que as pessoas que já têm o Viva La Vida e gostam dele vão, com sorte, realmente gostar do EP porque eles fazem parte da mesma família; é, talvez, um pouco mais interessante. E as pessoas que ainda não têm o Viva La Vida podem comprá-los em conjunto. Eu simplesmente me sinto muito feliz com isso. Mas com o que estou realmente empolgado é tocar no Reino Unido.

Ah, é verdade, a turnê britânica vai começar daqui a poucas semanas.
Exatamente. Quando estava no palco ontem me dei conta de que já fizemos uns 70 shows e ainda não tocamos em casa. Me senti muito “Cara, fomos muito mal educados, temos de voltar para casa e tocar lá”. Mal posso esperar pelo show em Sheffield.

Vocês têm planos especiais para essa turnê?
Bom, vamos continuar fazendo o mesmo tipo de coisa, só as piadas que vão ser mais centradas nos britânicos. Vamos ter que deixar de lado todas piadas sobre o bombeiro Joe e sobre Sarah Palin e vamos contar outras sobre Jonathan Ross e Russell Brand. Realmente, o único contratempo de tocar em países diferentes é pensar o que falar entre uma música e outra.

Vocês vão tocar no Reino Unido bem perto do Natal; o último show é no dia 23 de dezembro, em Belfast.
É verdade. E eu também queria fazer alguma coisa na véspera do Natal, mas não tenho certeza se dá mesmo. Tenho de admitir que é realmente estranho que não tenhamos tocados no Reino Unido nenhum vez. Na última semana, a ficha realmente caiu. Mas acho que ano vem a gente compensa.

Isso é uma pista de planos para o futuro?
Tentamos Knebworth, mas não deu mesmo. Então temos de pensar em alguma outra coisa. Na realidade, creio que já pensamos nisso. Espero que em breve a gente possa anunciar. E que não coincida com nada do Oasis.

Apesar de que isso seria uma boa maneira de dividir a conta.
Um ótimo jeito. E não nos importaríamos de abrir o show. E, curiosamente, eu também faria isso para o Take That. Estávamos no camarim ontem e, por um motivo qualquer, começamos a cantar Back For Good. Cantamos a música todinha, verso a verso, tocando tudo certinho no nosso piano, sem ter tido de decorar nada ou coisa do tipo. Foi ótimo. Eu gostaria de usar esse espaço, o website do Coldplay para anunciar que, se o Take That quiser que a gente abra algum show para eles, vamos fazê-lo. O único problema é que vamos ter de comer muito feijão com arroz antes.

Mas vocês têm mais planos de turnê para o ano que vem?
Aham. Nossos planos de turnê são bem parecidos com presentes de Natal que estão embrulhados, mas que deixam você inferir o que são. Se você olhar com cuidado, poderá ver o formato e talvez possa advinhar: “Uhm, parece que é um estádio”.

Você tem gostado da turnê?
Cara, é a melhor época das nossas vidas. O fato é que sempre desejamos ser uma banda que pudesse ir a qualquer lugar que quisesse e de repente isso aconteceu. É um privilégio tão grande. É brilhante de um jeito surreal. Mal podemor esperar para voltar para o Reino Unido. É a nossa casa. O que mais tem acontecido aí? Como vai a campanha do Tottenham?

Eles estão indo muito bem desde que Harry Redknapp assumiu.
Ótimo.

Ao mesmo tempo, o seu time, Exeter City está indo bem na liga, mas foi eliminado do campeonato inglês por um time de uma categoria muito abaixo.
Quanto abaixo?

Bom, o Exeter está na quarta divisão e ele perdeu para um time da oitava divisão.
O quê?!

Eles perderam para o Curzon Ashton.
Peraí, ‘cê tá me dizendo que eles foram eleminados pelo marido da Demi Moore?!

Está na moda comprar times de futebol. Talvez você devesse fazer uma oferta ao Exeter.
Bom, se tivesse dinheiro o suficiente, adoraria comprar o Exeter City e dá-lo a alguém que sabe o que está fazendo porque eu não realmente entendo de futebol. Mas é caro demais. Curiosamente, um dia desses em Nova Iorque, um cara veio falar comigo -um grande empresário- e disse “Eu quase comprei a sua banda uns dias atrás”. Não posso dizer quem era, mas foi uma conversa hilária. Ele afirmou quase ter comprado a nossa gravadora.

Se você tivesse de escolher o melhor show dessa turnê, qual seria?
Bercy, em Paris.

O que teve de especial nesse show?
O público. E o preço dos salgadinhos. Avalio nossos shows por o quão razoável o hamburguer vegetariano custa. Se verificar que foi muito caro, não posso fazer um bom show.

Sério?
Não.

Ótimo, porque o preço de um hamburguer é geralmente relacionado à sua qualidade. Preço baixo é, com freqüência, sinônimo de um lanche de qualidade baixa e vice-versa.
Você acha? Isso se aplica à música também? Podemos afirmar então que Be Here Now é muito caro? Aliás, posso deixar registrado aqui que Be Here Now é um grande álbum?

Nem mesmo Noel Gallagher pensa assim.
Não, o Noel não, mas eu sim. Acho que há boas músicas nesse álbum. Acho que My Big Mouth é uma das melhores músicas do Oasis.

Mas esse álbum é comprido demais.
Bom, isso também é conhecido como síndrome X&Y. Toda banda pega. Mas qualquer pessoa lendo isso deveria ouvir My Big Mouth do Oasis porque é incrível.

Foi legal ler a sua nota sobre a vitória do Obama nas eleições, semana passada.
Cara, essa turnê americana tem sido fantástica porque é um hora incrível para se estar nos Estados Unidos e o público está de tão bom humor. Acho que uns 90% das pessoas que vêm assistir aos shows são favoráveis ao Obama. É como viver um grande período da história. Estávamos em Nova Iorque no dia da eleição e foi uma festa total.

Parece incrível.
É. Comparando os Estados Unidos com a peça do Otelo, é o momento da reviravolta. Parece 50% diferente. A sensação é a de que as pessoas que ficaram em silêncio por oito anos tornaram-se subitamente aqueles que tomarão as decisões.

Você tem composto músicas durante a turnê?
Tenho. Escrevo o tempo todo porque é a única maneira de entender as coisas. Tenho um desses teclados que você ganha de Natal quando tem sete anos. Carrego ele comigo toda hora.

Você escreveu alguma música hoje?
De fato escrevi uma parte de uma música.

Podemos dar uma conferidinha?
Bom, é sobre a hora em que seus tios ficam bêbados e começam a cantar.

É sério?
É, juro para você. E também devo dar alguns créditos a Altogether Now do The Farm. Não sabia mesmo que essa música fala sobre um jogo de futebol nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial. É incrível.

Bom, estamos ansiosos pela música dos tios bêbados. Você tem alguma coisa para acrescentar?
Só que estamos muito agradecidos pelas pessoas que apoiaram a nossa banda esse ano e que estamos vivendo uma época inacreditável. Na verdade, amamos isso demais! E vamos ficar melhores e melhores. Essa é a novidade.

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