Rolling Stone elege o “A Rush of Blood to the Head” como um dos 500 melhores álbuns de todos os tempos

O disco vencedor do Grammy conquistou a 324ª colocação

22 setembro, 2020

Nesta terça-feira (22), a revista Rolling Stone divulgou uma nova versão da famosa lista que reúne os 500 melhores álbuns de todos os tempos. A lista foi publicada originalmente em 2003 e relançada em 2012 (apresentando pequenas atualizações). De lá até aqui, esse se tornou o conteúdo mais acessado na história da revista – só em 2019 foram mais de 63 milhões de visualizações no site do veículo estadunidense.

Como a história da música continua sendo reescrita, a revista resolveu reunir mais de 300 artistas, jornalistas e figuras da indústria para refazer a lista do zero — o que originou o ranking que acaba de ser lançado. Entre os que votaram estão nomes como Beyoncé, Edge (do U2), Taylor Swift, Ben Harper, Stevie Nicks, Billie Eilish, diretores executivos de gravadoras, jornalistas de fontes como The New Yorker, Pitchfork, The Guardian, a própria Rolling Stone e muitos outros que você pode conferir aqui.

Em um cenário totalmente diferente do ano de 2003 (já que o streaming tem grande poder hoje), a lista ganhou uma cara nova. Entre os 500 eleitos, 86 álbuns são deste século e 154 são nomes que não estavam nem na versão de 2003 e nem na de 2012.

“A Rush Of Blood To The Head”, segundo álbum de estúdio do Coldplay, estava na 466ª posição nas listas anteriores. Já na edição de 2020, divulgada nesta terça-feira, o disco de 2002 aparece na 324ª posição, ou seja, subiu 142 posições. Para justificar essa colocação entre os 500 melhores álbuns de todos os tempos, a Rolling Stone defendeu:

“No início dos anos 2000, existiam muitos garotos britânicos que tinham os olhos brilhando enquanto tentavam fazer uma versão fofa do som da banda Radiohead. Eles estavam por toda a parte e não valiam muito (lembram da banda Starsailor?). Foi o segundo álbum do Coldplay que mostrou que eles eram verdadeiros candidatos (para conseguir se desvencilhar dessas tentativas). Músicas como ‘Green Eyes’ e ‘The Scientist’ trouxeram de volta a melodia reconfortante que já havíamos escutado em ‘Yellow’, mas trouxeram novos e cintilantes elementos que sugeriam algo como Smiths ou U2. O álbum também entregou sons mais profundos e sombrios, como a bela reflexão sobre a morte em “Amsterdam” e a vibe de ‘OK Computer’ (terceiro álbum da banda Radiohead) bem empregada em ‘God Put a Smile Upon Your Face’. Tudo isso mostrou que a banda tinha em mente muito mais do que hits para se tocar em arenas.”

Mesmo com oito álbuns de estúdio lançados, o Coldplay só apareceu na lista com o disco de 2002. Um dos maiores sucessos de crítica na trajetória da banda e fonte de hits atemporais como “The Scientist”, “In My Place” e “Clocks”, o álbum “A Rush Of Blood to the Head” tem um histórico que justifica a presença na lista (já a colocação é algo a se discutir).

Em sua semana de estreia, lá em agosto de 2002, o disco alcançou o topo das paradas no Reino Unido e o 5º lugar na Billboard 200 (nos Estados Unidos). O álbum tem três prêmios Grammy e foi vencedor de dois BRIT Awards. O trabalho já vendeu mais de 17 milhões de cópias ao redor do mundo.

Vitor Babilônia

Vitor Babilônia é Editor-Chefe do Viva Coldplay e Roteirista. Sua formação passa por instituições como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Vancouver Film School. Ele é fã da banda desde 2004.

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