[Let’s Talk #21] Uma turnê cheia de sonhos

20 abril, 2016

O Coldplay se despede da America Latina com a turnê A Head Full Of Dreams e a equipe do Viva Coldplay esteve presente em 4 shows. Confira a seguir nossa análise sobre a passagem do Coldplay pela Argentina, Chile e Brasil.

A turnê Head Full of Dreams era um evento que chegou com grandes responsabilidades. A primeira delas era tirar o gostinho amargo do cancelamento dos shows em 2012. A segunda era encarregar-se de cumprir as expectativas de trazer no setlist músicas de dois lançamentos que dividiram as opiniões dos fãs. Calma, nós vamos chegar lá. Voltamos ao início (entendeu a referência?), para momentos antes dos portões se abrirem. Na verdade, vamos voltar um pouco mais, durante o anúncio do valor dos ingressos. Apesar de esgotados, não há como não criticarmos os exorbitantes preços cobrados aqui. Na Argentina, por exemplo, os ingressos eram muito mais acessíveis. Queríamos, portanto, que as produtoras olhassem com mais carinho pelos fãs brasileiros que sempre tem que fazer sacrifícios para poderem realizar o sonho de assistir a sua banda favorita (e isso não vale só para o Coldplay). Lembrando também que Brasil não é apenas o eixo RJ-SP, a banda precisa conhecer o restante do país, não é mesmo?

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Dito isso, o Coldplay chega com um show grandioso que não presenciávamos desde a era Viva la Vida or Death and All His Friends e Mylo Xyloto, esta última infelizmente não passou por aqui. Quem acompanha de perto, sabe que é uma tradição a banda pegar o que funcionou nas turnês antigas e aplicar nas próximas. Das bolas amarelas em Yellow, os lasers de Clocks, dos confetes decorados que surgiram em Lovers in Japan (hey, borboletas!), ou as incríveis Xylobands em Charlie Brown, quem não esteve presente nas últimas turnês certamente teve um gostinho de tudo isso na atual. Ainda assim, a banda garante que você tenha uma experiência diferente, nenhuma turnê será igual a outra. Uma novidade foram os “request” (pedidos) de músicas.

Os mais saudosistas certamente ficaram eufóricos ao escutarem ao vivo canções como A Message (Rio de Janeiro), Speed of Sound (São Paulo), Green Eyes (Argentina), Don’t Panic (Chile), além de ser a chance de apresentar o “antigo Coldplay” aos novos fãs. Já que mencionamos o setlist, a banda certamente fez um esforço ao adicionar canções como, por exemplo, Trouble (São Paulo), Parachutes (Rio de Janeiro), Til Kingdom Come (Chile), Politik (Argentina) estendendo o espetáculo composto por hits e músicas do álbum atual por 2 horas. Essas escolhas certamente não diminuem o brilho do show, mas o Coldplay possui um repertório variado que poderia fazer a banda fugir do lugar comum. Quem não gostaria de ouvir Amsterdam, Warning Sign, A Rush Of Blood To The Head, Talk, Strawberry Swing… Bom, eu poderia ficar o dia inteiro aqui listando músicas.

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Para uma maior aproximação do público, a produção não poupou despesas e conseguiu montar 3 palcos, com uma passarela que ia de encontro a pista comum e a arquibancada. Os telões, além de apresentarem as lindas montagens e efeitos visuais que caracterizam a era atual, serviram também para fazer um intercâmbio cultural entre os países, por exemplo, eles gravaram um vídeo com os fãs do Chile desejando um feliz show para os fãs brasileiros. Chris Martin também se empenhou em agitar o público com frases em português, “todo mundo se abaixa” dizia ele durante Adventure Of a Lifetime no Maracanã. São sutilezas assim que fazem o show ser algo especial e contagiante para todo mundo. Porém, nem tudo são flores…

Alguns problemas no que se diz respeito ao público, alguns integrantes da equipe do Viva Coldplay presenciaram atitudes nada louváveis por parte de algumas pessoas (não foi só no Brasil), seja por conta de empurrões, agressões e discussões desnecessárias ou de vendedores que não respeitavam o espaço alheio e prejudicavam ainda mais a locomoção. Entendemos que 66 mil pessoas (recorde de público no RJ) num lugar só, é algo difícil de controlar, mas nada justifica o fato dessas ‘’indelicadezas’’ acontecerem. Afinal, todos nós queríamos sair de lá com a melhores experiências possíveis.

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O Coldplay se despede da América Latina com a promessa de um até logo. O consenso aqui, é que a banda cumpriu com as expectativas. Se o show poderia ter sido melhor? Hmm, não sabemos. O que podemos afirmar com total certeza é que a banda continua entregando o seu melhor, tanto para agradar os antigos fãs e aos novos “coldplayers” que surgem a cada lançamento [de álbum]. É difícil prever o que virá depois de A Head Full of Dreams. Mas não vamos pensar como alguns jornalistas que dizem que este será o último trabalho da banda. Vamos apenas aproveitar o presente, preservando a memória de um show que literalmente realizou sonhos (vocês sabiam que era um sonho do Coldplay tocar no Maracanã?) e criou outros.

Queremos saber o que você achou dessa turnê. Deixe sua opinião nos comentários abaixo!

@diegolsc

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