Coldplayer da Rodada: Sarah Schimidt

17 abril, 2015

Como anunciamos recentemente, a coluna Coldplayer da Rodada está de volta! Nos próximos meses vamos trocar uma ideia com a pessoa sorteada e, de fã para fã, compartilhar muitas histórias envolvendo o Coldplay.

Depois de alguns dias recebendo inscrições para a rodada de abril, a sorteada é a fã Sarah! Ela provou ser uma verdadeira Coldplayer (ninguém que conhece a Sarah teria dúvidas disso) e nós ficamos encantados com a entrevista. Confiram o que ela nos contou:

COLDPLAYER DA RODADA 01


1) “Parachutes” foi o primeiro trabalho do Coldplay a ganhar visibilidade mundial. Lançado em 2000, o álbum foi o responsável por despertar a admiração de milhares de fãs ao redor do mundo. Desde então, a banda mantém e conquista novos Coldplayers. Então, conte pra gente, quando e como você conheceu o Coldplay?

Nos tempos pré-históricos de 2003, quando eu não tinha internet em casa, passava meu tempo livre na laje de casa, deitada na rede, com as luzes apagadas, olhando as estrelas e escutando uma boa estação de rádio que tinha na minha cidade. Eu estava lá viajando quando começa a tocar aquele piano maravilhoso de Clocks e eu tive uma catarse. Virei fã na hora. Fiquei ligada pra escutar informações sobre a música do DJ, mas meu inglês na época não era nada bom e eu não consegui entender o nome da música direito, achei que era Cox, hauhauhuaha. Depois de algum tempo com a ajuda de um amigo que consegui descobrir o nome certo, escutando música por música do Coldplay na Rádio UOL (bons tempos –SQN) e gravei os 30 primeiros segundos da música no celular da minha mãe (esse era o limite máximo de gravação, rsrsrs). Fiquei meses escutando esses 30 segundos no repeat, sem descanso, até que juntei dinheiro pra mandar gravar um CD com as músicas do Coldplay numa Lan House. Com o passar do tempo fui pesquisando mais sobre a banda, entrei no Coldplaying e no ColdplayBr e quanto mais eu sabia sobre a banda, mas me apaixonava! São anos de muito amor, muita loucura e muitos, muitos, muitos bons momentos.Passava horas e horas nos fóruns, salvando todas as fotos, decorando cada informação, cada letra, cada movimento feito porJonny, Will e Guy tocando, ai que saudade desses momentos de fanatismo! Agora mesmo que estou respondendo às perguntas voltei aos meus posts do Tumblr sobre a banda, fui ao WayBackMachine pra rever os antigos fóruns e não sinto nada além de saudade e vontade de quero mais. Mais sessões de histeria coletiva com Live Blogs/LiveStreams! Mais MemberAwards! Mais Shows! Hoje já não tenho tanto tempo pra ficar a par de todas as notícias, mas a emoção que sinto escutando as músicas permanece a mesma!

Arquivo pessoal de Sarah Schimidt

Arquivo pessoal de Sarah Schimidt


2) Coldplay escreve músicas incríveis e com letras carregadas de sentimentos. Já se identificou com alguma canção em algum momento de sua vida?

*Licença que vou ser super clichê agora* Não tem uma música só, pra mim o que mais toca é a “experiência Coldplayer”… qualquer música da banda que ouço me toca, em qualquer lugar, a qualquer momento. Por exemplo, eu sou arqueóloga e toda vez que tô estressada com o trabalho escuto The Goldrush (“I’vebeendigging for gold” – só que eu não escavo ouro, haha), mas além da letra lembro da Era VLV, da efervescência de notícias, das alegrias dos Live Streams de shows… E daí a vida fica linda de novo. Se eu escuto alguma música deles no celular, na rua, na rádio o mundo para por 4 minutos. Instantaneamente sou transportada pra primeira fila de um show (inclusive – e principalmente – dos que eu não fui #INVEJA). As músicas pra mim, além de serem lindas, possuem todas uma carga emocional que é remédio, ritual xamânico, tratamento espiritual. Ser fã de Coldplay a 12 anos literalmente construiu quem eu sou e me ajudou muito a lidar com as dores e as delícias da vida.

"Alguns dos meus CDs, setlists e minha xyloband <3" Arquivo pessoal de Sarah Schimidt

“Alguns dos meus CDs, setlists e minha xyloband <3” Arquivo pessoal de Sarah Schimidt


3) Desde que os shows deixaram de ser mais íntimos e invadiram grandes estádios, as turnês do Coldplay se tornaram sinônimo de inovação e lucratividade, mas sem perder a essência da banda. Balões amarelos, borboletas de papel, lasers, xylobands, telões de 360º e até câmeras descartáveis já foram diferencias levados para a estrada. Depois de tanta coisa legal, o que você espera para a próxima turnê?

Eu queria algo que aproximasse mais a banda da galera. Os efeitos são lindos, todo o show é um grande espetáculo, mas eles nem conseguem mais ver quem tá na plateia… Achei a forma do palco daquele show gravado como especial de Ghost Stories muito bom. Um palco circular, central, no mesmo nível da galera na primeira fila… Tenho certeza que o Phil já tá tentando inventar coisas legais pra próxima turnê e não vejo a hora de saber o que será (e de estar nos shows e aproveitar tudo isso!)

Coldplay no Morumbi em 2010. Arquivo pessoal de Sarah Schimidt

Coldplay no Morumbi em 2010. Arquivo pessoal de Sarah Schimidt

Show de fogos no fim do show do Rock in Rio. Arquivo pessoal de Paula Valladares

Show de fogos no fim do show do Rock in Rio. Arquivo pessoal de Paula Valladares


4) “Got a tattoo said ‘together thru life’!” Se você fosse tatuar uma música do Coldplay qual verso usaria e o que ele significa para você?

“Tellthatprincessshe’llneverbelonelyagain” É um trecho de Don Quixote e é muito especial por dois motivos: eles tocaram ela em Buenos Aires dias antes do meu primeiro show do Coldplay e essa música era só o que eu queria ouvir (no ônibus indo pra São Paulo, esperando os meninos na porta do Fasano, de madrugada na fila pro show…) é uma música pros fãs da América Latina e me lembra muito as emoções daquela noite mágica de março de 2010. Além disso o Coldplay me trouxe relações muito importantes, a companhia dos coldplayers e da banda através de suas músicas me ajudaram muito naqueles momentos solitários da adolescência. E meu nome significa princesa, então gosto de fingir que essa frase foi escrita pra mim ;). Mas na real o que eu vou tatuar vai ser a capa do AROBTTH.


5) Imagine: você precisa ir para o paraíso e só pode escolher um CD, já lançado pelo Coldplay, para levar. Qual seria ele e por quê?

Live 2003. Porque reúne muitas das minhas músicas favoritas e sempre acho as músicas do Coldplay bem melhores ao vivo do que as versões de estúdio.

"Algumas fotos com Coldplayers muito queridos." Arquivo pessoal de Sarah Schimidt

“Algumas fotos com Coldplayers muito queridos.” Arquivo pessoal de Sarah Schimidt


6) Agora imagine que você fosse responsável pelo setlist do próximo show do Coldplay. Quais seriam as cinco músicas que você jamais deixaria de fora?

Pois então…. Um sonho meu agora é que o coldplay faça uma mini-turnê só com músicas que nunca/quase nunca foram tocadas ao vivo e sorteie os ingressos entre os fãs e que todos possamos ir e ser feliz pra sempre, hahaha. Pensando nisso, minha setlist ficaria assim:

-CrestsofWaves
-The Goldrush
-Ghost Story
-A Spell A Rebel Yell
-Spies

E não seria lindo se eles aproveitassem pra tocar/relançar algo beeem mais antigo tipo Ode totheDeodorant ou So Sad? *-*


Explicamos anteriormente que a nova temporada da coluna contaria com uma novidade: ao final de cada entrevista, o/a Coldplayer da Rodada em andamento deve deixar uma pergunta para a pessoa sorteada na próxima rodada.  A Sarah já elaborou uma das perguntas que será enviada ao Coldplayer de maio. Contudo, como ela é a primeira fã da temporada de 2015,  nós elaboramos a sétima pergunta desta entrevista.


7) O próximo álbum do Coldplay já recebeu o nome de “A Head Full of Dreams”, o que você espera do trabalho?

Como o Chris disse que ia ser o fim de uma era, não espero nada muito diferente do que a banda já fez até aqui. Pra mim vai ser uma mistureba das melhores coisas de todos os álbuns. Eles gostam muito dos momentos proporcionados pelas músicas mais épicas nos shows, então eu acho que por mais que apareçam mais músicas melódicas, com base no piano, violão e tals, tenho certeza que veremos algumas músicas bem pop/agitadas tipo Charlie Brown, ETIAW e ASFOS. Mas uma coisa que eu torço pra que aconteça é que as letras tratem assuntos mais “sociais”, tipo as da Era VLV ou Major Minus… Eu acho tão bonito a poesia que o Chris consegue dar a temas tão pesados como violência e o controle do Estado e da mídia sobre a sociedade. E a música e as artes em geral são formas muito mais agradáveis de se refletir sobre essas coisas do que numa aula de sociologia, né não?

"Miller(Roadie #42) filmando a gente na porta do hotel, Phill pegando a minha bandeira assinada pela galera na fila antes do show de 2010" Arquivo Pessoal de Sarah Schimidt

“Miller(Roadie #42) filmando a gente na porta do hotel, Phill pegando a minha bandeira assinada pela galera na fila antes do show de 2010” Arquivo Pessoal de Sarah Schimidt

Olha a Sarah ali no vídeo que o Coldplay postou no site da banda!


Depois de tantas palavras carregadas de amor, imaginamos que vocês tenham se identificado com a entrevista (assim como nós), certo? Muito obrigado, Sarah! Foi um grande prazer contar um pouco da sua história com o Coldplay.

E então, curtiu e quer tentar a sorte para protagonizar a próxima entrevista? É muito simples! Basta clicar aqui para saber como participar. Esperamos a sua inscrição. Boa sorte!

Vitor Babilônia

Vitor Babilônia é Editor-Chefe do Viva Coldplay e Roteirista. Sua formação passa por instituições como Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Vancouver Film School. Ele é fã da banda desde 2004.

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