[Let’sTalk #14]… Keep shining on

23 dezembro, 2011

2011 foi um ano importante para o Coldplay e seus fãs. Não apenas pelo lançamento de Mylo Xyloto, mas também por suas consequências. Mesmo antes de 24 de outubro, data do lançamento oficial, com o lançamento de singles, o Coldplay dividiu opiniões. Muitos amaram Every Teardrop Is A Waterfall e Paradise, enquanto, em medida comparável, outros se perguntaram o que afinal estava acontecendo com o Coldplay. Ou, pelo menos, isso é uma paráfrase mais educada das críticas e questionamentos severos que a banda recebeu com essa guinada em sua sonoridade.

Na verdade, se pararmos para pensar (e, obviamente, sempre respeitando as perspectivas individuais), podemos perguntar se essa última afirmação, ‘guinada em sua sonoridade’, realmente se aplica. É provavelmente justo dizer que, com Mylo Xyloto, o Coldplay ofereceu aos seus antigos fãs novas músicas para amar (ou, em alguns casos, desejar que lancem AROBTTH vol. 2) e trouxe para a comunidade de fãs novos integrantes. Mas, para além disso, cremos que um dos principais ensinamentos que Mylo Xyloto nos legou foi que categorias pré-definidas – rock, pop, hip-hop… – importam menos do que boa música, do que canções que comunicam diretamente aos nossos anseios mais sinceros.

Nesse sentido, não há razão para falar em ‘guinada em sua sonoridade’. Esforçar-se para fazer grandes músicas que falam de emoções humanas, independentemente de rótulos pré-existentes, foi sempre característica definidora do Coldplay, desde Parachutes até Mylo Xyloto e todos os trabalhos entre essas duas pontas e, podemos afirmar com quase certeza, dos trabalhos futuros da banda.

Da mesma forma, com Mylo Xyloto, o Coldplay vem deixar ainda mais claro que música popular não é sinônimo de música sem alma. Símbolo disso é a multidão que o Coldplay atrai a cada show. Mesmo que haja milhares de pessoas dentro de uma arena ou estádio, para cada uma, o Coldplay é importante por um motivo único e diferente. Não é porque o Coldplay vem se tornando mais popular que isso muda em qualquer aspecto. De fato, sem incorrer a nenhum paradoxo, mesmo sendo especial para cada um de nós por razões diferentes, o Coldplay consegue reunir e unificar a todos nós em torno do amor que sentimos pela banda.

O Viva Coldplay agradece a todos os nossos leitores por ter nos acompanhado durante esse ano memorável para a banda e para nós, seus fãs. O nosso sincero muito obrigado!

Como forma de agradecimento, gostaríamos de ofertar a vocês uma pequena lembrança. Talvez aqui se aplique, nas devidas proporções, uma afirmação que o Chris fez: mesmo que não sejam as melhores tradução e legendagem do mundo, as fizemos com entusiasmo. De qualquer forma, esperamos que gostem!

Coldplay – Anton Corbijn Pre-show (UNSTAGED)  – 26/out

(Talvez seja uma boa ideia assistir o vídeo no YouTube mesmo. Se a legenda não estiver aparecendo, clique em ‘cc’ na parte inferior do vídeo e selecione a opção ‘português’.)

Sunday Profile: Coldplay – CBS News Video – 16/out

(Assista ao vídeo clicando aqui. Abaixo, a tradução.)

O Grant Park, em Chicago, ficou abarrotado, quando o Coldplay assumiu o palco do Festival Lollapalooza deste ano. Já fazia mais de dois anos desde a última vez que a banda tocara nos Estados Unidos. O quarto álbum deles subiu ao topo das paradas de vinte países e produziu o mega-hit global ‘Viva La Vida’ e o seu coral coletivo. Nos bastidores antes do show…

Qual é a sensação de subir no palco depois de tanto tempo?
CHRIS MARTIN: Pessoalmente, estou um pouco nervoso.

A banda estava nervosa em relação a manter sua posição no ‘ranking’ do rock.

WILL CHAMPION: Como estivemos longe, é difícil saber onde a gente se encaixa.

Vocês estão com medo de ficar para trás?
CM: Eu não sou tão bonito quanto à Rihanna ou quanto à Gaga e a nossa sonoridade não é tão boa de forma alguma.

A julgar pela reação do público, eles não têm muito com o que se preocupar.

Em pouco mais de dez anos, o Coldplay vendeu cerca de 50 milhões de CDs e levou para a casa 7 estatuetas do Grammy Awards. Os quatro integrantes se conheceram na faculdade, na Universidade de Londres, ao final dos anos 1990.

Essa história começou com vocês dois, não foi?
CM: Foi. Depois de superarmos a fase de atração sexual imediata.

Chris Martin se uniu ao guitarrista Jonny Buckland quando o ouviu tocando no dormitório.

Como vocês se conheceram?
CM: A gente se conheceu porque nenhuma garota estava sexualmente atraída por nós.

Guy Berryman se juntou a eles para tocar baixo. Will Champion subiu a bordo para tocar bateria.

O nome original da banda era Starfish. Starfish?
GUY BERRYMAN: Bom, ele não durou muito tempo. Esse nome surgiu por pura necessidade.

Eles tinham apenas uma hora antes de um show quando esse nome surgiu. No show seguinte, eles adotaram o nome The Coldplay.

WC: Depois, a gente jogou fora o ‘the’.

Isso foi uma mudança grande?
WILL CHAMPION: Foi uma mudança drástica. Levou muitas reuniões para a tomarmos.

O sucesso massivo do Coldplay foi rápido. Seu álbum de lançamento, de 2000, conteria um ‘hit’ inesperado, ‘Yellow’.

Eu li que você compôs o refrão de ‘Yellow’ no banheiro.
CM: Isso.

Por que você precisou ir no banheiro, Chris?
CM: Por causa da acústica. Você não pode compor o refrão de um hino em um lugar qualquer sem eco!

Chris Martin, de 34 anos, é o centro nervoso do Coldplay; é o compositor da banda e seu líder disignado.

Você considera isso como um emprego?
CM: Eu considero como ‘eu’. Você precisa trabalhar pesado, mas isso não é um emprego pesado [you have to work hard, but that’s not hard work]. Ficou  meio poético, mas é a verdade.

O que foi que vocês fizeram aqui?
CM: Os proprietários diriam que arruinamos o lugar. Mas isso é treino para usar ‘sprays’ de tinta.

O quartel-general do Coldplay, em Londres, é uma antiga padaria [bakery].

CM: Bem-vindos à nossa reunião para discutir o projeto gráfico.

Eles estão tomando decisões em relação ao projeto gráfico de seu próximo álbum, Mylo Xyloto.

CM: A ideia do projeto gráfico é que não importa que esteja péssimo, desde que seja intenso. Basicamente, esse é o tema da nossa banda e, com ele, a gente chegou até aqui.

Mas ‘intenso’ não tem sido o suficiente para alguns críticos. Em 2005, o New York Times tachou o Coldplay de ‘banda mais insuportável da década’.

Basicamente, você respondeu ‘eles estão certos’.
CM: É. Essa foi a última resenha que eu li sobre nós, o que é bom, porque deve ter havido piores desde então.

Mas Chris Martin parece se regozijar em fazer o papel de perdedor.

CM: Parece que sempre tem algo grande e negativo sobre a gente. Mas você viu Kung Fu Panda 2? Mas você sabe quem é o Po?

Po é o panda que, depois de ser atacado com balas de canhão, aprende a apanhá-las e atirá-las de volta, duas vezes mais rápido.

E esse seria você?
CM: Em certo sentido, eu sou um grande panda

Sim, uma estrela do rock acaba de se comparar com um panda de desenho animado.

CM: Você assistiu Kung Fu Panda 2?
JONNY BUCKLAND: Não.
CM: Mas você concordaria comigo.
JB: Eu vi o número 1.
CM: O 2 é como o primeiro, mas é ainda mais sobre encontrar a sua força interior.

É assim que você também fica sabendo que Chris Martin também é pai. A mãe de seus filhos, Apple e Moses, é a atriz Gwyneth Paltrow. Eles se conheceram nos bastidores de um show do Coldplay, em 2002.

Você disse que teve apenas um relacionamento sério.
CM: É verdade.
Isso é bastante incomum.
 CM: É estranho mesmo.
É uma grande reviravolta.
É uma grande reviravolta entre ser um perdedor e sair com alguém que ganhou um Oscar. É uma reviravolta gigante. É como ganhar na loteria. Eu fiquei feliz por passar por essa reviravolta.

Mas o casal raramente aparece em público juntos, se nega a fazer entrevista conjuntas e, ao falar de sua esposa, Martin começa rapidamente a ficar desconfortável.

CM: Eu tento manter discrição em relação ao assunto.
Você tem sido bastante bem sucedido em manter particular a sua vida particular.
CM: É. Até o momento.

Martin também tem problemas em dormir.

Você sempre teve insônia?
CM: Sim, desde que comecei a compor músicas.
E parece que deu resultados bons.
CM: Acho que sim.

E não é apenas isso que tira o sono dele.

CM: Todo compositor é competitivo e quem disser o contrário está mentindo.
Você se sente competitivo em relação a quem?
CM: A qualquer pessoa que compuser uma música boa. Por exemplo, da primeira vez que escutei ‘Someone like you’ da Adele, eu fiquei muito bravo. Eu fico imediatamente tomado pela ideia do quanto essa música é boa. Eu fico me perguntando: ‘por que é que eu não pensei nisso?’.
E isso significa outra noite sem dormir?
CM: Com certeza. E você vai trabalhar diretamente.

Entre sonhos e consciência, Chris Martin espera encontrar a próxima canção irresistível do Coldplay.

E de onde saiu ‘Viva La Vida’?
CM: De ter lido um livro chamado Les Misérables [?]. E a vontade de escrever uma música sobre alguém que estragou tudo em um relacionamento e de, de alguma forma, tentar combinar tudo isso com a Revolução Francesa. Basicamente, é sobre o fim de relacionamentos durante a Revolução Francesa.
E de onde vem o coral?
CM: De ficar pensando ‘O que eu poderia cantar nessa altura e que as pessoas também gostariam de cantar?’.
E, agora, todo mundo canta junto para vocês.
CM: É verdade. E isso me deixa tão feliz. É uma ótima recompensa por fazer algo que você ama de qualquer maneira. Eu simplesmente amo quando todo mundo canta junto.

A simple plot, but I know one day
Good things are coming our way

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